Presidente repreende ministros que não aparecem em reuniões
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou ontem seus ministros em duas ocasiões. Na cerimônia de posse do novo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), afirmou que eles precisam participar mais e não apenas ocupar cadeira.
Pouco antes, num café da manhã com líderes aliados na Câmara, disse que os ministros têm de receber deputados. Essa é a ordem do presidente. Se houver ministro querendo ficar acima dessa ordem, vai ter que dar o lugar a outro, disse Beto Albuquerque (PSB-RS), vice-líder do governo: Não é só o ministro. O segundo e o terceiro escalões dos ministérios querem ser mais importantes do que o presidente. Nunca têm agenda para fazer política.
Já na cerimônia do Consea, ao cumprimentar os ministros presentes, Lula avisou que passaria um recado ao ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social): Os ministros que estão participando, aqui, precisam assumir como tarefa a participação em todas as reuniões do Consea. Se porventura o ministro achar que é impossível participar, que ele defina um membro do seu ministério que possa participar.
Lula reconheceu que os ministros são atarefados: Muitas vezes eles estão viajando e não podem estar presentes, mas é importante que haja uma interação. Não pode, a cada reunião, vir uma pessoa diferente do ministério apenas para ocupar uma cadeira. O Consea foi instalado em janeiro de 2003.
Ontem Francisco Menezes assumiu a presidência do conselho. Antes da posse dos novos membros, participavam do Consea 14 ministros, mas a maioria deles não compareceu às 11 reuniões do conselho em 2003: a média de freqüência variou de três a quatro ministros por reunião. Antonio Palocci (Fazenda), Guido Mantega (Planejamento) e Jaques Wagner (então no Trabalho) só foram a duas das 11 reuniões.
