Entre sofrer o desgaste de levar seus parlamentares a votar o salário mínimo de R$ 260 contra os R$ 275 proposto pela oposição, o governo optou por preservar a base. Ontem, quando o relatório do deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ) foi a voto na comissão especial, os governistas foram orientados a sair da sala, de forma a levar o assunto direto para o plenário, onde o embate promete provocar polêmica, especialmente no Senado. Quem é governo, terá que se apresentar e votar a favor do mínimo de R$ 260 no plenário. Por isso, não precisávamos votar aqui, comentou o vice-líder do governo na Câmara, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS).
A estratégia do governo, no entanto, ainda não é suficiente para aprovar a proposta, especialmente no Senado, onde as votações invariavelmente apresentam um placar apertado, às vezes até desfavorável ao governo.
Acredito que o Congresso não aprove os R$ 260 e fique com um valor maior, comentou o senador Gilberto Mestrinho (PMDB-AM), que tem ouvido muitos senadores reclamando do mínimo. Realmente, não creio que passe, mas nosso partido vai tentar discutir, completou o vice-líder do governo, senador Ney Suassuna (PMDB-PB).
Preservação
Enquanto o projeto não chega ao Senado, o governo age para preservar os R$ 260. Um dos argumentos que Albuquerque levou aos governistas para que eles não votassem o mínimo de R$ 275 defendido pelo deputado Rodrigo Maia foi a fonte de recursos. Para dar esse valor, o relator tirou recursos de onde não tem. O R$ 1,8 bilhão que ele cita como excesso de arrecadação nós já usamos para pagar os R$ 260. As outras fontes que ele citou não são possíveis. Como é um gasto permanente, só poderemos dar se houver certeza de recursos permanentes para efetuar o pagamento e não há, comentou o líder.
