Nacional: Promessa de Severino eleva salário dos deputados em 67%
Feb
24 2005
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Diário Popular
Diário Popular, 24/02/2005
Nacional: Promessa de Severino eleva salário dos deputados em 67%
A toque de caixa, já está pronto para ir à votação o projeto que eleva ainda este ano os salários dos deputados federais de R$ 12.847,00 para R$ 21,5 mil mensais, reajuste superior a 67%. O novo valor equivale ao teto salarial dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Também consta do projeto o valor do salário a partir de janeiro de 2006: R$ 24,5 mil. O novo rendimento vai ampliar a distância entre o salário dos parlamentares e o do presidente da República, que hoje recebe R$ 8.845,00 mil por mês.
Promessa de campanha do novo presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), o texto do reajuste, assinado ontem por toda a nova Mesa Diretora, será enviado para votação na próxima semana. O argumento é o da isonomia dos salários entre os Poderes.
A verba de gabinete, atualmente em R$ 35.350,00 mil por mês, deve passar para R$ 45 mil, mas pode atingir R$ 48 mil com o reajuste de 15% já aprovado para todo o Legislativo. Esses recursos destinam-se ao pagamento de 25 assessores para cada deputado. Para minimizar o impacto com o reajuste, Severino Cavalcanti prometeu criar a Secretaria de Controle do Desperdício, que ficará responsável pela redução das despesas na Câmara. “Vou rever todos os contratos e ver o que é necessário para a Câmara. Onde tiver ralo, eu vou tampar”, afirmou.
A verba de gabinete, atualmente em R$ 35.350,00 mil por mês, deve passar para R$ 45 mil, mas pode atingir R$ 48 mil com o reajuste de 15% já aprovado para todo o Legislativo. Esses recursos destinam-se ao pagamento de 25 assessores para cada deputado. Para minimizar o impacto com o reajuste, Severino Cavalcanti prometeu criar a Secretaria de Controle do Desperdício, que ficará responsável pela redução das despesas na Câmara. “Vou rever todos os contratos e ver o que é necessário para a Câmara. Onde tiver ralo, eu vou tampar”, afirmou.
Os deputados já estão recolhendo assinaturas para votação do projeto em regime de urgência. É necessário o apoio de 257 deputados, a maioria simples dos parlamentares. Ontem, 200 deputados já haviam assinado o projeto.
“IMORAL”
A decisão de acelerar a votação provocou reação imediata de parlamentares contrários ao reajuste. “Esse aumento é imoral. Vamos trabalhar para que esse voto seja nominal. Esses mais de 200 que assinaram não se preocuparão em mostrar sua cara”, disse o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS). Albuquerque, aliado do governo, afirmou que vai rejeitar formalmente o aumento salarial. Na semana passada, o presidente da Câmara desafiou os deputados resistentes ao aumento a refutar o reajuste.
MORDOMIAS
Ao contrário da maioria dos assalariados, que recebem 13 salários por ano, os deputados ganham duas remunerações a mais, num total de 15. No início do ano, recebem o chamado “auxílio-paletó” em caráter de ajuda de custo e, no final do ano, recebem outro, proporcional ao comparecimento às sessões da Câmara. Outras verbas incluem auxílio-moradia de R$ 3 mil por mês para o parlamentar que não resida em apartamento funcional; verba para manutenção de escritórios nos estados de origem no valor máximo de R$ 15 mil e cota postal e telefônica de R$ 4.268,00 por mês. A cobertura de passagens aéreas para os estados de cada deputado também é prevista.