Aflitos com a indefinição, ministros do PT mais próximos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alguns deles fortes candidatos a perder os cargos, têm apelado para que a reforma ministerial seja concluída logo.
O argumento é de que a situação de vários ministros é insustentável, e eles não suportam mais a espera. Na semana passada, o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), havia anunciado a reforma para hoje.
Um dos mais abatidos na Esplanada é o ministro da Saúde, Humberto Costa. Ele saiu decepcionado da audiência que teve na sexta-feira com o presidente no Planalto. Embora seu nome sempre abra as listas dos petistas que vão ceder lugar a aliados na reforma do ministério, Lula nem tocou no assunto no encontro. Como a expectativa é de que o presidente faça as mudanças nesta semana, Costa esperava um aviso prévio para organizar a saída.
Para vice-líder, pressa poderá poupar aliados
Um dos cenários cogitados é o da transferência para a Saúde do ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes (PPS), que deixaria a vaga para Eunício Oliveira (PMDB), hoje nas Comunicações. Mas Eunício também pode ser deslocado para Cidades, comandado hoje por Olívio Dutra (PT). Lula tem cobrado "mais ousadia" de Olívio, que, a seu ver, apresenta resultados abaixo da expectativa.
O vice-líder do governo na Câmara Beto Albuquerque (PSB) diz que, além de poupar petistas de uma fritura longa, a pressa na reforma preservará também a relação com os aliados.
Algumas possibilidades
As mais fortes cogitações para a reforma ministerial:
Roseana Sarney
Cotada para as Comunicações. O governador do Acre, Jorge Viana (PT), defende a ida da senadora do PFL para o Meio Ambiente. Marina Silva se candidataria ao governo.
Romero Jucá
Ligado ao presidente do Senado, Renan Calheiros, o senador do PMDB de Roraima pode ir para a Previdência, hoje a cargo do também peemedebista Amir Lando.
