Indecisão mobiliza base no Congresso
- Posted by: Ass. Imprensa
- Posted in Beto na Mídia
- Tags:
Correio Braziliense
A indefinição sobre o destino da coordenação política do governo começou a incomodar os partidos da base aliada e, enquanto aguardam o desfecho da reforma ministerial, os líderes estão desmobilizados até mesmo para as votações na Câmara. Nesta semana, eles reuniram-se em função da pressão dos prefeitos para a votação da reforma tributária, mas, mesmo assim, não houve consenso. Pela primeira vez, o chefe da Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais da Presidência da República, Aldo Rebelo, não participou do encontro que aconteceu no Palácio do Planalto, deixando os líderes órfãos.
"Sem definição, fica paralisada a articulação do Congresso com o governo", avaliou o líder do PSB na Câmara, Renato Casagrande (ES). A desarticulação deixou o governo à mercê das bancadas oposicionistas na condução dos trabalhos na Câmara. A pauta foi elaborada pelo presidente da Casa, Severino Cavalcanti (PP-PE), sem a interferência do governo e sem consulta os partidos aliados. O governo teve de digerir uma pauta com assuntos que não são de seu interesse e ameaçam o ajuste fiscal, como a emenda constitucional complementar da Previdência, que continuará em votação na próxima semana.
"Temos de repactuar a base. Essa instabilidade vem em parte dessa demora da reforma. Muitas pessoas estão se aproveitando da situação para criar dificuldades e vender facilidades", disse o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), vice-líder do governo na Câmara. Ele considerou que o governo também deve mostrar autoridade com a base. "A orientação precisa ser clara. A base não tem só direitos, mas também deveres", completou. O líder do PTB, José Múcio Monteiro (PE), defende mudanças logo para tornar ágil a articulação política. "A situação não pode ficar como está e é preciso que os ministros cumpram as determinações do Planalto", afirmou.
O líder do governo na Câmara, Professor Luizinho (PT-SP) reconhece que há dificuldades. "Insegurança nunca é bom, não ajuda", disse. O destino de Professor Luizinho na função também está indefinido, uma vez que o posto está diretamente vinculado à coordenação política do governo.