Lula busca aliados
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O Globo
Estes movimentos revelam o desejo do presidente de ter o apoio do PMDB nas eleições presidenciais de 2006. Mostram que Lula quer ampliar a coligação de partidos que vão apoiar sua candidatura à reeleição.
O governo, que já tem o apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), procura agora agregar os integrantes da ala oposicionista do partido. O ministro Jaques Wagner, do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, fez as negociações prévias. E o chefe da Casa Civil, José Dirceu, está tratando de desobstruir canais para viabilizar uma aliança eleitoral em 2006.
Dirceu reuniu-se no dia 16 com o ex-líder do PMDB na Câmara Geddel Vieira Lima (BA), e no dia 22 com o ex-ministro do governo Fernando Henrique Eliseu Padilha, deputado gaúcho. Agora irá conversar com o presidente do PMDB paulista, Orestes Quércia. Nestes contatos, ele garante que o apoio à reeleição implica compartilhar o poder.
— Por inexperiência, no primeiro mandato, o PT ficou com todo o governo, no segundo não será assim — disse José Dirceu.
O ministro gostou do que ouviu. Geddel lhe disse que seu destino político não estava atrelado ao do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso nem ao do PSDB. Padilha afirmou que no plano nacional as portas estavam abertas para tratar de 2006. Mas a conversa com ambos foi além. Dirceu pediu-lhes que garantissem a racionalidade do PMDB nas votações na Câmara, para que o governo pudesse prever quando e em que condições poderia ter apoio para projetos de seu interesse.
Os peemedebistas gostaram do tom. Sobretudo, quando ouviram de José Dirceu que o presidente Lula tem consciência que cometeu um erro ao não ter feito um acordo em 2002, abrindo espaço para o partido em seu primeiro Ministério. A estratégia do governo ao lançar pontes em direção à oposição do PMDB é reduzir o campo de manobra do ex-governador do Rio Anthony Garotinho.
Frase do vice-líder do governo, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS): “Mais do que nunca o peixe morre pela boca. Morreram Severino Cavalcanti (PP-PE) e todo o aquário junto”.
Líder do governo quer adiar votação
Depois de uma criteriosa avaliação do nível de conhecimento das mudanças que já foram feitas na Medida Provisória 232, que aumenta os impostos para o setor de serviços e a atividade agrícola, o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), chegou à conclusão de que os aliados não estão preparados para votá-la e aprová-la.
Por isso, ele decidiu procurar, na segunda-feira, o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), para pedir que seja adiada a votação prevista para a terça-feira. Neste mesmo dia, o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, deverá se reunir com líderes governistas e parlamentares aliados para explicar os objetivos e o impacto da medida na sociedade.
O governo decidiu que não vai retirar a medida provisória, mas negociar o quanto for preciso para que ela seja aprovada. Chinaglia explicou que a retirada da medida criaria um problema político com sete milhões de eleitores. Trata-se de nada mais nada menos que o número de beneficiados pela correção da tabela do Imposto de Renda.
Mistério
Salvo da degola na reforma ministerial, por causa da intervenção nos hospitais na cidade do Rio de Janeiro, o ministro da Saúde, Humberto Costa, anda falando maravilhas do ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo. Humberto e Aldo, além do chefe da Casa Civil, José Dirceu, e do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, participaram de reunião com o presidente Lula quando a intervenção foi decidida.
Enfim, juntos
O referendo que vai confirmar ou não a lei que proíbe a venda de armas para civis, colocará num mesmo palanque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, já acertou que ambos vão defender a lei do desarmamento no período de propaganda gratuita na televisão, que vai anteceder a consulta marcada para 2 de outubro.
O LÍDER DO PT, deputado Paulo Rocha (PA), garante que diante da decisão do presidente Lula acabou a disputa pela coordenação política do governo. “Vamos sentar para afinar as coisas, principalmente entre nós: eu, o ministro Aldo Rebelo e o líder do governo Arlindo Chinaglia”.
PARECE O MDB. Os integrantes do Bloco de Esquerda da bancada do PT se referem a eles mesmos como integrantes do “grupo autêntico” e dizem que são da “ala petista do PT”.