Adolescente atingido com tiro na coluna pode voltar a andar
O sorriso estampado no rosto de Gilberto de Moraes Júnior, 16 anos, tem um pouco de alívio e de alegria e muito de esperança. Depois de levar um tiro na coluna no dia 13 de novembro de 2004 em Passo Fundo, no norte do Estado, perdeu os movimentos das pernas.
A previsão era de que ficasse paraplégico. Exames realizados no Hospital Sarah Kubitschek, em Brasília mostraram que a lesão não foi tão grave como diagnosticado inicialmente e que Júnior talvez possa voltar a andar.
A história do adolescente e de seu pai, Gilberto de Moraes, 42 anos, foi contada por Zero Hora em 19 de dezembro de 2004. Cerca de 24 anos antes do filho adotivo, Moraes também levou um tiro na coluna e foi condenado a passar a vida na cadeira de rodas. A notícia de que Júnior pode ter destino diferente mudou a rotina na casa da família, na periferia de Passo Fundo.
– Estamos muito felizes com essa chance. É uma bênção de Deus, e agradecemos muito às pessoas que têm nos ajudado – diz a mãe, Elizabete, 42 anos, que esteve com o filho em Brasília durante os 30 dias em que ficou internado.
Humilde, a família só conseguiu levar Júnior ao Distrito Federal com a ajuda de políticos e empresas, como o jornal Diário da Manhã, o vereador Diógenes Basegio (PDT) e o vice-líder do governo na Câmara, deputado federal Beto Albuquerque (PSB). Segundo o Sarah, especialistas descobriram que a bala não chegou a romper a medula de Júnior.
Por meio de exercícios de reabilitação dos movimentos, ele mostra expressivas evoluções.
– Ele já consegue tomar banho sozinho, sair da cama para cadeira e, com a ajuda de um andador, até se move alguns metros – diz o pai.
Esperançoso, Júnior continua tímido nas palavras, porém voltou a estudar na 7ª série da Escola Ana Luísa Ferrão Teixeira, a mesma onde seu pai deve concluir em 2005 o Ensino Médio.
– Quero voltar a andar, sair por aí e jogar vôlei com meus amigos – diz o adolescente.
