Entre os deputados, apenas comemoração pela aprovação das propostas. Para o vice-líder do governo na Câmara, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), a sociedade deverá agora fazer a sua parte e mostrar-se contrária à prática do nepotismo. “As mesmas pessoas que foram contra o aumento de salário deverão ser contra essa prática de privilégios”, cobrou. “Tem muito incompetente que, por ser parente, vira competente. Temos que acabar com isso no plenário. Quero ver quem vai votar a favor dessa prática imoral”, ameaçou.
O líder do PFL, Rodrigo Maia (RJ), garantiu que os pefelistas votarão a matéria em plenário do mesmo modo como ocorreu na CCJ. Ou seja, todos a favor. “Vamos votar contra o nepotismo. Ainda não sei se o PFL poderá indicar algum componente para a comissão. Se puder, farei questão que participemos da análise da matéria”, afirmou.
Renan
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), comemorou ontem a aprovação da proposta de emenda constitucional (PEC) que proíbe a prática de nepotismo por integrantes dos três poderes. Apesar de afirmar que não quer se indispor com o presidente da Câmara, deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), Renan afirmou que qualquer iniciativa para acabar com o nepotismo tem o seu apoio.
“Não quero comentar o que o Severino disse ou deixou de dizer. Eu sou amigo do Severino, tenho muita convergência com ele. Não quero falar das coisas que nos dividem”, declarou. “Já aprovamos uma lei que proíbe o nepotismo, e é importante que ela caminhe na Câmara também”, afirmou o presidente do Senado, referindo-se a projeto de lei de autoria do ex-senador Roberto Freire (PPS-PE), aprovado pelo Senado em 1997, e que aguarda o pronunciamento dos deputados.
