Brasília e São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve aproveitar a reforma ministerial para reduzir o número de ministérios e de secretarias.
Lula simpatiza também com a idéia de diminuir o número de cargos de confiança, que foi defendida pelo PT durante reunião no fim de semana. As duas medidas seriam adotadas com o objetivo de dar uma demonstração de austeridade à Nação. Há indicações de que essas medidas fariam parte do programa de obtenção do déficit nominal zero, em estudo na área econômica.
Lula está convencido de que há uma sobreposição de atribuições na atual estrutura da administração direta, com secretarias fazendo coisas também feitas em outros ministérios. O presidente quer tornar a administração mais racional e fazer um ‘‘choque de gestão’’, pois considera que muitas áreas do governo não estão dando os resultados esperados.
O enxugamento da máquina passa também pela discussão do papel das atuais secretarias, cujos titulares têm status de ministro. Se Lula colocar em prática sua intenção de reduzir os gastos de custeio, como revelou nos últimos contatos com integrantes da área econômica, ele poderá transformar algumas dessas secretarias em órgãos de ministérios.
A redução dos cargos comissionados é considerada uma resposta indispensável do governo à atual crise política. O governo e o PT entendem que a crise resultou, em parte, da indicação política para o preenchimento desses cargos.
Aceitação – Sobre a indicação da ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, para chefiar a Casa Civil da Presidência da República, a decisão do presidente Lula foi aplaudida pelo vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, Beto Albuquerque (PSB-RS).
O deputado foi colega da ministra, quando ambos foram secretários do então governador do Rio Grande do Sul e atual ministro das Cidades, Olívio Dutra, no período de 1999 a 2002. ‘‘Ela terá todas as condições de cumprir bem a missão que o presidente Lula lhe designou’’, disse Albuquerque.
O líder do PSDB na Câmara, Alberto Goldman (SP), disse que está otimista quanto à troca do ministro José Dirceu por Dilma Rousseff. ‘‘Talvez a gente tenha um chefe da Casa Civil daqui para diante. Por enquanto, não tivemos. Tivemos um operador político, que fez o que está fazendo, provocando clima de conflito a todo instante como foi o José Dirceu’’, afirmou.
