Centro Tecnológico de Pedras, Gemas e Jóias do RS

Convênio permite abertura de licitação para obra física em Lajeado

Lajeado recebeu do governo federal R$ 200 mil para construção da unidade local do centro tecnológico do RS. Projeto tem contrapartida de R$ 40 mil da prefeitura

Lajeado – Mais uma etapa para tornar realidade a unidade local do Centro Tecnológico de Pedras, Gemas e Jóias do RS foi cumprida ontem. Prefeitura e Fuvates (mantenedora da Univates) assinaram na sede da instituição de Ensino Superior o convênio que permite a abertura do processo de licitação para construção da unidade de Lajeado – uma das quatro etapas do centro tecnológico. Para a obra física estão destinados R$ 200 mil do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), obtidos com a intermediação do deputado federal Beto Alburquerque (PSB).

Até agora, 50% dos R$ 1,5 milhão projetados para o centro tecnológico do Estado já foram repassados, sendo o restante previsto para o ano que vem. "A parceria com universidades agrega valor e garante um futuro muito próximo de desenvolvimento nos setores trabalhados. É investindo em tecnologia que o Rio Grande do Sul conseguirá vencer suas adversidades", prospecta o parlamentar. Albuquerque falou do potencial do setor, o qual justificou a formatação de um plano integrado de modernização. Com o centro tecnológico toda a cadeia estará envolvida. O pólo de Lajeado será especializado em lapidação. Em Soledade fica a sede administrativa, além de artesanato e artefatos; em Guaporé, a parte de jóias; e em Ametista do Sul, a mineração. Em cada uma das cidades há o envolvimento das universidades – Univates, UPF, UCS e Ufrgs. "Assim estamos somando, e não dividindo esforços", comemora.

Além dos R$ 200 mil recentemente anunciados, há a contrapartida do Poder Público municipal, com R$ 40 mil em área de terras e serviços de terraplenagem. "Quando se fala em progresso, sempre seremos parceiros", destaca a prefeita Carmen Regina Cardoso. Outros R$ 150 mil, também já aprovados, serão divididos entre as quatros universidades para investimento em pesquisa. O coordenador do centro tecnológico, Carlos Artur Hauschild, explica que o foco é discutido em plenárias, a exemplo de mais uma que deve acontecer ainda neste mês em Soledade. "É um processo democrático e transparente que precede a liberação do dinheiro."

O reitor da Univates, Ney Lazzari, festeja os avanços para a concretização de projetos. Ele agradeceu o empenho, citando reflexos positivos a partir do projeto estadual, como a confirmação de recursos não-reembolsáveis da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para uma empresa da Incubadora Empresarial da Univates (Inovates). A congratulação veio acompanhada de novo pedido de apoio do deputado.

Silvicultura

A demanda é pelo desenvolvimento da silvicultura. O programa elaborado pelo centro universitário alia crescimento do setor e preservação dos ambientes naturais, divididos em quatro áreas: mercado, capacitação da mão-de-obra, matas demonstrativas e tecnologia. Esta última é o primeiro foco e inclui o laboratório para clonagem de mudas. Levantamentos extra-oficiais indicam que cerca de dez mil propriedades, de um total de 35 mil, estejam desativadas. "Entre vários benefícios podemos estar diminuindo o êxodo rural", avalia o assessor da reitoria da Univates Oreno Ardêmio Heineck. Para o laboratório seriam necessários em torno de R$ 850 mil.

O deputado Albuquerque se comprometeu a avaliar alternativas junto ao governo federal. Em Taquari, há 15 mil hectares de árvores plantadas. "Tenho certeza que com investimento em tecnologia poderemos aumentar nossa produtividade em pelo menos 50%", salienta o prefeito Cláudio Martins. Ele explica que a demanda de madeira, tanto nacional como internacional, exige variedades definidas. "Temos milhares de tipos de eucalipto e isso não interessa. A clonagem de mudas para atender o que o mercado precisa será decisiva." Ele revela que na semana passada empresários de países europeus visitaram o município. Eles sondaram a realidade local e prospectaram negócios.