Disputa por liderança e direção de comissões já movimenta a Câmara
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DCI São PauloDCI São Paulo, 14/02/2006
Disputa por liderança e direção de comissões já movimenta a Câmara
A Câmara dos Deputados se prepara para o troca-troca de líderes partidários e presidentes das principais comissões permanentes da Casa. A mudança no cargo mais importante da bancada não é obrigatória, mas há partidos em que briga entre os candidatos está acirrada. É o caso do PP, do PMDB e do PL, que têm pelo menos três nomes na briga pela liderança; no caso dos pepistas, são quatro, e o novo líder será conhecido hoje.
Amanhã, o PSDB marcou reunião para escolher o seu novo líder, que deverá ser o baiano Jutahy Magalhães, no lugar do paulista Alberto Goldman, sem grandes discussões ou desavenças. O mesmo não se pode dizer do PT. A maioria dos integrantes — a bancada tem 82 na Câmara — defende a recondução do gaúcho Henrique Fontana, mas o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (SP) já anunciou que vai entrar na disputa pelo cargo.
A batalha também atinge o PDT, que escolhe hoje entre dois nomes na disputa: Miro Texeira (RJ) e Severiano Alves (BA). A bancada tem resistências ao nome de Teixeira. Apesar de já ter sido líder no passado, o fluminense trocou de partido, indo para o PT, e chegou a assumir a pasta do Ministério das Comunicações, contrariando a orientação pedetista.
A escolha pelo novo líder do PSB está ainda mais confusa. O partido ganhou espaço na mídia com a boa atuação do atual líder, Renato Gasagrande (ES). O deputado Paulo Baltazar (RJ) já começou a campanha com os companheiros de partido, mas terá como concorrentes o vice-líder Beto Albuquerque (RS) e César Silvestre (MG).
A briga pelo comando do PMDB deve acirrar ainda mais o racha interno da agremiação. A atuação “tímida” do atual líder Wilson Santiago (PB) abriu espaço para a disputa entre José Prianti (PA) e Eunício Oliveira (CE), que têm uma ótima relação com o Palácio do Planalto. Oliveira foi ministro das Comunicações em 2005. Porém, o independente Geddel Vieira Lima (BA) batalha arduamente para ser o líder.
No PFL a disputa pela liderança está mais tranqüila, já que o atual líder, Rodrigo Maia (RJ), deve ser reconduzido. Diante das denúncias de mensalão, que atingiram em cheio o PL, o partido busca um nome neutro para assumir o lugar de Sandro Mabel (GO), que teve sua imagem desgastada ao responder processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética, apesar de ter sido absolvido. Para o lugar dele, há três deputados cotados: Luciano Castro (RR), Lindoln Portela (MG) e Miguel Souza. No PPS, o atual líder Dimas Ramalho (SP) quer continuar, mas há um grupo dentro do partido que defende o nome de Fernando Coruja (PR) para a liderança.
Comissões permanentes
Além da disputa pela liderança das bancadas, outra briga será a disputa pela presidência das principais comissões permanentes da Casa. As mais desejadas são as Comissões de Constituição e Justiça (CCJ); Finanças e Tributação; Minas e Energia, Comunicação; Ciência e Tecnologia; e Agricultura e Transportes.
A ordem de escolha do cargo precisa obedecer ao critério de quem tem mais parlamentares por bancada; neste caso o PT sai na frente, porque tem 82 integrantes. Com isso, a CCJ pode ser novamente presidida pelo fluminense Antonio Carlos Biscaia (RJ). Na lista de candidatos também estão José Eduardo Cardozo (SP), Sigmaringa Seixas (DF) e o novato Odair Cunha (MG). A CCJ é importante porque o presidente tem o poder, por exemplo, de colocar ou não em pauta os recursos impetrados pelos deputados ameaçados de serem cassados.