Transportes – A solução que virou problema

Mar 22 2006
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Zero Hora – Porto AlegreZero Hora – Porto Alegre, 22/3/2206
Transportes – A solução que virou problema

FLÁVIA POLLO/ Especial

Cada vez que a ponte do Guaíba é levantada para um navio passar, a espera de até 35 minutos desagrada a motoristas. Como o içamento ocorre em média três vezes ao dia e circulam 28,1 mil veículos entre a Capital a Eldorado do Sul, as conseqüências vão além da expressões mal-humoradas dos condutores.

De acordo com o presidente da comissão Ponte do Guaíba: a vida e o progresso vêm primeiro, Sérgio Costa, já houve casos de morte a caminho do hospital, pois a ponte é a ligação mais curta entre a Capital e Eldorado, que não tem hospital, e Guaíba, que tem apenas um. O presidente da comissão também afirma que empresas têm deixado de investir em Eldorado devido ao tempo gasto com o içamento.

– Isso sem falar nos congestionamentos e nos desgastes diários, como as reuniões e audiências que freqüentemente perco por ter de esperar a ponte descer – diz Costa.

O deputado estadual José Sperotto (PFL), morador de Guaíba, cita a ampliação do Pólo Petroquímico e da Refinaria Alberto Pasqualini como os principais responsáveis pelo aumento no fluxo de veículos.

– Metade do escoamento da produção do norte do Rio Grande do Sul passa por ali. Em 1958, quando foi construída, apenas um navio passava sob a ponte por semana. Hoje são três por dia. Ela era uma solução e agora virou um problema – afirma.

A proposta da comissão e de Sperotto é transferir os içamentos do dia para a noite ou a madrugada. Na segunda-feira, o pré-projeto de construção de uma nova ponte, não-móvel, sem extinguir a existente, foi apresentado pelo deputado federal Beto Albuquerque (PSB). O custo da obra – R$ 337 milhões – seria assumido pela concessionária do trecho, por parceria público-privada ou pelo governo federal.

Na sexta-feira, às 9h, o movimento Ponte do Guaíba distribuirá folhetos aos motoristas que estiverem parados na ponte.

( flavia.pollo@zerohora.com.br )

Contraponto:
O que diz Odenir Sanches, diretor-presidente da Concepa
Presencio constantemente congestionamentos no final da freeway e início da Castelo Branco, o que é desagradável. Mas por enquanto não há alternativa porque o içamento faz parte do programa de concessão. A demora se deve por termos de levantar a ponte alguns minutos antes do navio chegar. Outro fator é a altura que devemos erguê-la. Quando são apenas cinco metros, é rápido, mas às vezes precisamos levantar 23 metros. A Concepa vai abraçar a idéia da construção de uma nova ponte não movediça.