O governo federal vai anunciar na próxima sexta-feira um conjunto de medidas para melhorar as condições de comercialização de produtos agrícolas da safra deste ano. A informação é do vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB-RS), que participou de reunião de líderes no começo da tarde desta quarta-feira, no Palácio do Planalto.
Beto tratou da crise da agricultura e de setores prejudicados, como o metal-mecânico, com os ministros Tarso Genro (Articulação Política) e Paulo Bernardo (Planejamento), e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Bernard Appy. “É preciso tratamento diferenciado para os setores produtivos gaúchos, atingidos por duas secas e ainda a queda dos preços agrícolas”, defendeu. Beto antecipa que o governo Lula apresentará medidas importantes para a comercialização da safra e a garantia de preço mínimo. Até o final do mês, anunciará outras medidas que mudarão a matriz da agricultura brasileira.
Na última semana, Beto já encaminhara a Genro sugestão de prorrogação por seis anos das dívidas de até R$ 72 mil, com direito a carência por dois anos e juros anuais de 1%. Beto relatou aos ministros o quadro do Estado: a estiagem dos últimos dois verões e a queda dos preços agrícolas levaram os pequenos produtores ao limite da sobrevivência. Um sinal disso, acrescentou o deputado, é que o setor tomou apenas 30% do montante de crédito destinado à agricultura, por meio de 390 mil operações de custeio e 148 mil de investimento.
Beto Albuquerque enfatizou a grave repercussão no setor de máquinas, que já começa a demitir trabalhadores. O exemplo da Semeato, que anunciou a demissão de 800 funcionários, em Passo Fundo, foi usado pelo deputado na conversa com os ministros. Segundo ele, é preciso disponibilizar aos setores exportadores recursos para capital de giro, além de restituição de crédito para o PIS-Cofins e, por parte do Estado, ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
