Bancada da bola muda de cara, e oposição cresce
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Folha OnlineFolha Online, 3/10/2006
Bancada da bola muda de cara, e oposição cresce
RODRIGO MATTOS
da Folha de S.Paulo
A Copa do Mundo-2014, que tem o Brasil como candidato, será o principal tema esportivo a ser discutido no Congresso e no Executivo. Essa é a avaliação de cartolas e de deputados inimigos da bancada da bola após a eleição de domingo.
No pleito, a CBF perdeu a maioria dos parlamentares que financiou em 2002. Mas os clubes mantiveram aliados.
Terão duro embate. Isso porque tiveram votações significativas os políticos inimigos dos cartolas: os deputados Sílvio Torres (PSDB-SP), Rodrigo Maia (PFL-RJ) e o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).
Na maioria dos casos, a posição favorável ou contrária aos cartolas do futebol teve pouca influência na eleição. Mas pesará na postura no Congresso.
"Terei olho clínico para essa questão da Copa do Mundo. Acho que a discussão tem que ser ampla e a organização não pode ficar concentrada na CBF", diz Sílvio Torres, que proporá criação de comissão no Congresso para fiscalizá-la.
Ele é aliado do candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB), que não conversou com a CBF na campanha. O segundo turno foi ruim para a CBF, que tem o presidente Lula alinhado a seu projeto. A confederação doou dinheiro ao PT.
Se o presidente for reeleito, Agnelo Queiroz (PC do B-DF), que é aliado dos cartolas e perdeu eleição ao senado em Brasília, é candidato a retornar ao Ministério do Esporte.
No legislativo, restaram poucos políticos financiados pela CBF em 2002. Delcídio Amaral (PT-MS) e o Leonardo Quintanilha (PC do B-TO) perderam para governador; Hugo Napoleão (PFL-PI), para senador.
Na Câmara, sobraram Darcísio Perondi (PMDB-RS) e José Rocha (PFL-BA), mas outros quatro deputados estão fora, como Pedro Canedo (PP-GO), relator da redação da Timemania, que favoreceu clubes.
Irmão de Darcísio, o vice da CBF para Região Sul, Emídio Perondi, acha que a discussão da Copa deve chegar ao Congresso. "A economia do Brasil sustenta a Copa. É só investirem o que roubaram", conta ele, que apoia Alckmin, mostrando que cartolas se dividem nos partidos.
Entre os ligados aos clubes, há membros da esquerda e da direita. Redatores de legislação esportivas, Deley (PV-RJ) e Gilmar Machado (PT-MG) têm a simpatia dos cartolas.
Já os deputados Beto Albuquerque (PSB-RS), Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), José Otávio Germano (PP-RS), Marcelo Guimarães (PFL-BA) e Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) têm ligações com Internacional, Grêmio, Bahia e Portuguesa.
"São alguns deputados que têm ouvido o que os clubes dizem", diz o presidente do Clube dos 13, Fábio Koff.
Entre os inimigos, o deputado Rodrigo Maia, segundo mais votado no Rio de Janeiro, prega fiscalização na Copa-2014, mas admite uso de dinheiro público.
"Acho que não só a Copa, como a Olimpíada de 2016, são questões centrais", analisa. "O BNDES poderá ajudar."