Lula discute formação de novo governo
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Pernambuco.comPernambuco.com, 8/11/2006
Lula discute formação de novo governo
A formação do novo governo foi o principal assunto das reuniões de hoje do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que assumiu pessoalmente as negociações, começando pelo PTB. No encontro, José Múcio Monteiro, líder do partido que voltou a ser presidido pelo deputado cassado Roberto Jefferson, confirmou o apoio e disse que não pediu cargos, mas defendeu a permanência do ministro do turismo, Walfrido dos Mares Guia, que é do PTB, no governo. Múcio disse que seu partido será "parceiro na governabilidade".
"O presidente do meu partido é uma posição política, mas respeita a posição da bancada. Pelo menos 95% dos deputados eleitos colaboraram com Lula. Meu acordo com o presidente Jefferson é de não pleitear (cargos), mas o ministro Walfrido dos Mares Guia (Turismo) é um grande ministro. O presidente Lula não o vê como um ministro do PTB, e sim como grande ministro", disse José Múcio.
Segundo o líder do PTB, Lula disse ainda que pretende fazer reuniões mensais com os líderes dos partidos.
"O nosso espírito é de cooperação. O presidente disse que quer reuniões mensais com os líderes partidários. É uma forma de diminuir a distância entre Executivo e Congresso", disse José Múcio, para quem essa atitude de Lula é um reconhecimento dele de que é preciso melhorar essa relação.
O presidente gostaria de receber, no início de dezembro, um pedido de demissão coletiva de seus ministros. Lula já decidiu também que não haverá compensação para companheiros derrotados na última eleição. A expectativa é que o presidente anuncie seu novo Ministério antes do Natal.
Nesta quarta-feira, a agenda do presidente prevê um encontro com o deputado reeleito Jader Barbalho (PMDB-PA). Lula também deve receber os ministros Guido Mantega, Luiz Fernando Furlan e Guilherme Cassel e os governadores Blairo Maggi, Zeca do PT e Claudio Lembo.
Início da manhã foi de encontro com Requião
Lula recebeu, logo no início da manhã, o governador reeleito do Paraná, Roberto Requião, também como parte da estratégia de assumir as rédeas da montagem do governo. Parte do PMDB, partido de Requião, esteve com Lula desde o início do primeiro mandato, mas o governador só declarou sua parceria com Lula na reta final do segundo turno.
O ideal para o presidente é ter o apoio de um PMDB unido. O governador Requião acredita que esta união poderá acontecer a partir de março, quando a nova executiva do partido vai ser eleita. O presidente do senado, senador Renan Calheiros, concorda.
"Nós precisamos discutir uma coalizão em torno de um programa suprapartidário, que sirva para aproximar as correntes e tirar as pedras do caminho do desenvolvimento do Brasil", disse Renan Calheiros (PMDB/AL).
Espaço para os aliados
PP e PSB, que em breve devem ser chamados para um conversa com o presidente, estão de olho na formação do novo Ministério. O PP, que elegeu 41 parlamentares, sinalizou que se o PMDB tiver espaço demais na administração federal, haverá reclamação. O líder do partido na Câmara, Mário Negromonte (BA), diz que irá "gritar" por cargos:
"O próprio presidente já disse que vai rever (o Ministério) e que vai fazer uma coisa justa. É lógico que ele não vai querer nenhum partido da base insatisfeito. Todo mundo vai gritar, nós iremos gritar", avisou Negromonte.
O líder, que é o interlocutor da bancada pepista junto a Lula, defende o parâmetro da proporcionalidade para a definição da equipe do segundo mandato do presidente reeleito. Segundo esse critério, quanto maior a bancada aliada, a mais cargos no Ministério teria direito.
"Vamos reivindicar nossos espaços e estamos analisando a questão com as bancadas. Vamos querer ampliar as bancadas que temos hoje e estamos atentos à proporcionalidade dos partidos no governo", disse Negromonte, que informou também que irá tentar manter o ministério das Cidades, atualmente sob a gestão do pepista Márcio Fortes.
O PP quer tentar conquistar ainda o ministério da Integração Nacional e dos Transportes. O partido tem hoje também a diretoria da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a diretoria do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), uma diretoria da Petrobras.
Já o vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB-RS), disse que seu partido tem consciência de que merece ganhar mais espaço no governo, principalmente depois do resultado desta eleição, mas garantiu que vai deixar Lula livre para fazer suas escolhas na composição do novo governo.
"Deixamos Lula à vontade para que ele diga o que pensa do PSB. Não vamos colocar uma espada na garganta do presidente. Entendemos que o PSB cresceu, ultrapassado a cláusula de barreira, elegendo 27 deputados, três governadores no Nordeste (Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco). Temos que aumentar nosso protagonismo, nossa presença no governo", disse.
Sem citar nomes, o vice-líder do governo aproveitou para cutucar outros partidos da base aliada. "Somos um partido leal, diferente de outros que ficam pipocando, prometem apoio e votos e não têm (…) Não passa pela nossa cabeça sair da base", disse.