Operação de medidas do PAC depende de eleição no Congresso
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Correio do Estado, 23/01/2007
BRASÍLIA
Ao anunciar ontem o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que esse conjunto de medidas precisa de uma "ampla coalizão política de forças democráticas".
No entanto, para o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), a coalizão ainda não foi feita. "Ela se fez programaticamente. É um programa de Governo que está sendo exposto aos partidos", afirmou.
"Mas na reunião que tivemos foi dito que logo depois de 1º de fevereiro, definidos os presidentes do Senado e da Câmara, é preciso fazer uma nova reunião para levar adiante esse programa", acrescentou, em referência à eleição no Congresso Nacional, prevista para ocorrer em 1º de fevereiro.
Na avaliação dele, hoje há mais disposição dos parlamentares para votação de medidas propostas no PAC. "Reconheço que essa formulação já foi feita no passado e não chegou a ser executada. Hoje parece que há vontade maior do Congresso Nacional em aprovar [as medidas do PAC]".
O líder do PTB, José Múcio (PE), espera que a disputa entre os dois candidatos da base aliada pela presidência da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP), não gere "sequelas".
"Tenho medo que da disputa interna saiam sequelas que não possam ser superadas depois", observou. Para ele, a disputa dificulta a aprovação do PAC. "Se eu dissesse que não, estaria mentindo".
O governador da Bahia, Jaques Wagner, disse ser possível votar os projetos no Congresso se houver envolvimento dos governadores e compreensão do Parlamento. Para ele, o crescimento do país se faz também com um "ambiente favorável".
O vice-líder do Governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB-RS), disse que uma proposta mais "audaciosa" de reforma tributária será um excelente teste para avaliar a coalizão do Governo.
"Ela tem que ser votada no primeiro ano de Governo. Temos que sair daqui sabedores de que a partir de 2 de fevereiro teremos muito serviço. Se deixarmos esse tema para depois, isso não se transformará em realidade".
Nesse sentido, ele considera fundamental que o processo de escolha do presidente da Câmara para os próximos dois anos não deixe "fraturas" na base aliada. "Não tem esse negócio de querer ministério e não ajudar o Governo a aprovar as medidas. Não tem só bônus, existem desafios e responsabilidades. Temos o primeiro ano para aprovar e votar as matérias, sem o quê, dificilmente o PAC terá êxito".