Chinaglia pretende criar cargos para retribuir apoio

Feb 06 2007
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Folha de Londrina, 6/2/2007

Brasília – O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), deverá propor hoje aos líderes dos partidos a criação de uma série de comissões temáticas, com o intuito de abrir espaço para contemplar todos os aliados que articularam sua eleição.

Nos bastidores, Chinaglia tem sido pressionado por aliados a ''pagar a fatura'' de sua eleição. Um dos principais trunfos do petista para costurar apoios era justamente o loteamento de cargos e relatorias de comissões importantes.

Além disso, o novo presidente da Câmara também tem ouvido queixas para que interceda pela escolha de José Múcio (PTB-PE) para sucedê-lo na liderança do governo. O posto também é cobiçado pelo atual vice-líder do governo, Beto Albuquerque (PSB-RS), e pelo ex-ministro Eunício Oliveira (PMDB-CE).

Além de precisar atender aos seus aliados, Chinaglia ainda tem de tentar apaziguar a cisão na base governista e retribuir ao PSDB, cujo apoio foi decisivo na sua eleição. ''É uma crise, cada líder prometeu dez comissões e agora só tem duas para entregar'', afirmou o deputado Ricardo Barros (PP-PR), um dos articuladores da campanha vitoriosa do petista.

A saída, portanto, foi criar mais cargos, explorando assuntos que deverão permear a legislatura. O petista pretende sugerir uma lista de comissões especiais, destinadas às reformas política e tributária, uma nova relacionada ao meio ambiente (para cuidar especialmente do aquecimento global), à análise dos recursos do Fundeb (fundo da educação básica), à Previdência Social e à reformulação da legislação penal.

Outra comissão que terá peso estratégico é a que cuidará exclusivamente do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Além disso, poderá propor uma direcionada a questões administrativas (como reajuste dos salários dos parlamentares) e à atualização do regimento interno.

No caso das comissões permanentes, é praticamente certo que o PMDB comandará a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), e o PT, a Comissão de Finanças. O PT também deve ficar com a de Educação