Em reunião com o PSB, ele disse não estar ansioso para fazer a reforma.
Presidente aguarda o "troca-troca" parlamentar.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende aguardar o desdobramento da eleição interna do PMDB e a estabilização do quadro político partidário no Congresso para anunciar os nomes dos novos integrantes do governo federal.
Em reunião com a cúpula do PSB, Lula disse não estar ansioso para realizar a reforma e que vai “aguardar os fatos políticos estabilizarem o quadro”. Além da eleição do novo presidente do PMDB, Lula quer saber qual tamanho terão os partidos aliados após o chamado “troca-troca” parlamentar.
Saúde
Lula afirmou encontrar problemas na negociação com o PMDB devido, por exemplo, à duplicidade de interlocutores. Além de haver uma divisão entre as bancadas do partido no Senado e na Câmara, não há consenso sobre indicações para a Saúde.
O presidente gostaria de indicar o médico sanitarista José Gomes Temporão, avalizado pelo governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, mas a bancada na Câmara pressiona por um deputado. Hoje o mais cotado é Marcelo Castro (PI), que tem boa interlocução com o governador do Piauí, o petista Wellington Dias. Cidades
Não bastassem os problemas no PMDB, Lula demonstrou aos integrantes do PSB estar preocupado com o PT, especificamente com a indicação da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy. A petista poderia ser indicada para as Cidades ou para a Educação, mas o Ministério das Cidades está nas mãos do PP e o partido reluta em passá-lo para as mãos dos petistas. A convenção do PMDB para eleger o novo presidente está marcada para 11 de março. A disputa está entre o atual presidente, o deputado Michel Temer (SP), e o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim.
Educação
Segundo os líderes do PSB, o presidente teria sinalizado que vai resistir à pressão do PT para tirar Fernando Haddad do ministério da Educação. O ministério seria outra pasta sugerida pelo PT para a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy.
Lula teria pedido a Haddad um programa mais forte de formação de jovens e aceleração do processo de implantação da universidade do ABC. Os líderes saíram do encontro convencidos de que ele permanecerá no cargo, já que os dois programas citados são de longo prazo.
Defesa
Lula teria dito que não pretende tirar do cargo, num primeiro momento, o ministro da Defesa, Waldir Pires. O presidente teria manifestado seu respeito e admiração por Pires e dito que o ministro "está muito fragilizado", numa referência à crise do setor aéreo e a fortes críticas recebidas tanto pela opinião pública quanto no meio político. Segundo relato dos participantes da reunião, Lula teria afirmado que pode esperar um pouco mais a definição para a pasta da Defesa, já que trocou os nomes dos comandantes das Forças Armadas.
PSB
O PSB reafirmou ao presidente a intenção de permanecer no comando dos dois ministérios que já lhe pertencem: Ciência e Tecnologia e Integração Nacional, cobiçado pelo PMDB.
“A Integração Nacional é importante para nós porque temos três governadores do Nordeste, prefeitos de capital, tradição e identificação na região”, disse o vice-presidente do partido, Roberto Amaral. Além de Amaral, participaram da reunião com Lula o presidente do partido e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, os líderes na Câmara, Márcio França (SP), no Senado, Renato Casagrande (ES), e do governo na Câmara, Beto Albuquerque (RS).
