O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estuda a criação da inédita Secretaria Especial de Portos e Aeroportos, a fim de dar uma maior atenção a esses dois setores da infra-estrutura. A proposta, que conta com o apoio da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, foi apresentada por lideranças do PSB, partido que deve indicar o titular da nova pasta. A implantação do novo órgão integra as negociações da reforma ministerial e seria uma saída para o Planalto acomodar o PSB, que elegeu três governadores. O partido ficará com a pasta da Ciência e Tecnologia, mas perdeu a da Integração Nacional para o PMDB.
Entre os defensores da proposta está o líder do PSB na Câmara, o deputado Márcio França. Para o parlamentar, a atenção que o setor marítimo (hoje, uma responsabilidade do Ministério dos Transportes) receberia com esta secretaria é necessária para se resolver a falta de investimentos em portos e em seus acessos.
Indicado pelos socialistas-brasileiros para chefiar a secretaria, o deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS) se negou a comentar o andamento das negociações. Através de sua assessoria, apenas informou que é favorável à criação do órgão e que tal medida permitirá ao Planalto intensificar o acompanhamento dos projetos portuários e aeroviários. Ex-líder do governo na Câmara, Albuquerque foi secretário de Transportes do Rio Grande do Sul entre 1999 e 2002, durante o governo de Olívio Dutra. Nesse período, administrou o Porto de Rio Grande, complexo que é controlado pelo Estado.
A criação da secretaria está em estudos em Brasília desde o início do ano, como revelou a ministra Dilma Rousseff. Movimentação de cargas O país tem crescido muito neste setor, por exemplo, a poucos dias de ser o anfitrião do principal evento de inteligência portuária da América Latina, o 22º Eneph, o Porto de Maceió reafirma sua fase de plena expansão. Além de um incremento de 10% na movimentação de cargas nos últimos dois anos, a autoridade portuária da capital alagoana conta com projetos em andamento para modernização e aumento da sua eficiência. Segundo o administrador do Porto de Maceió, Domício Silva, depois de uma movimentação bastante significativa em 2006, chegando a 3,5 milhões de toneladas, sendo 65% das cargas relativas ao setor sucroalcooleiro do Estado, o ano de 2007 já revela perspectivas ainda mais otimistas.
Só nos meses de janeiro e fevereiro, o porto movimentou 903 mil toneladas, um número 4,8% maior que os dois primeiros meses de 2006. A expectativa, para esse ano, é alcançarmos 3,7 milhões de toneladas, afirma Domício, informando que 75% das cargas movimentadas nesses meses foram de produtos derivados da cana. O carro-chefe são os produtos derivados da cana, como açúcar, álcool e melaço, com destino à Rússia, Japão e países africanos, mas há também a movimentação de fertilizantes voltados para o setor sucroalcooleiro,completa.
Outro êxito na movimentação de cargas do Porto no ano passado, que deverá continuar a crescer diz respeito ao cimento. De acordo com Domício, a empresa Cimpor assinou um contrato de cinco anos com o Porto que previa a movimentação de 150 mil toneladas de cimento em 2006, mas esse número atingiu os 181 mil, com previsão de chegar a 250 mil em 2007, com destino à África.
