Ministério gaúcho

Mar 16 2007
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O Pioneiro – Caxias do Sul, 16/3/2007

A equipe do presidente Lula conta com o maior número de gaúchos desde a ditadura militar

Brasília – Desde o regime militar, o coração do poder nunca foi tão gaúcho como agora. Ao deflagrar a reforma ministerial do segundo mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva escalou Tarso Genro (Justiça) e Dilma Rousseff (Casa Civil) como seus principais interlocutores no Planalto. Ambos fazem parte da cota pessoal de Lula no ministério.

O gauchério pode ser reforçado com mais quatro nomes no primeiro escalão. O deputado Henrique Fontana (PT), vice-líder do governo na Câmara, é cotado para substituir Tarso no Ministério das Relações Institucionais, responsável pela coordenação política. Lula planeja reconduzir o ex-ministro do Desenvolvimento Agrário Miguel Rossetto à pasta, hoje ocupada pelo também gaúcho Guilherme Cassel.

O vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB), pode ser o titular da Secretaria de Portos e Aeroportos a ser criada. Na Agricultura, a nomeação do deputado Odílio Balbinotti (PMDB-PR), gaúcho de Gaurama, é reavaliada depois que se tornaram públicos processos a que ele responde no Supremo Tribunal Federal (STF).

Intrigas de adversários dentro e fora do partido bombardearam a ascensão de Dilma e Tarso ao centro do poder. O maior obstáculo no caminho de Tarso é o petista que acumulou até junho de 2005 as funções dele e de Dilma: o ex-ministro-chefe da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu. Do grupo no qual Dirceu pontificava no início do primeiro mandato de Lula, em 2003, resta apenas o ministro da Secretaria-geral da Presidência, Luiz Dulci.

– A guerra interna do PT por espaços foi intensa. Mas Tarso chegou ao Olimpo – avalia Albuquerque.

Substituto de Frei Betto como assessor especial da Presidência, o gaúcho Selvino Heck credita a solidez do governo à experiência dos gaúchos:

– Com a situação criada pela crise, Dilma e Tarso tiveram tempo para construir confiabilidade técnica e política.