Depois de muito bate-boca e ameaças de agressão física, deputados suspenderam instalação de CPI
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Gazeta do Sul – Santa Cruz do Sul, 21/3/2007
Brasília – Depois de muito bate-boca, xingamento e até ameaça de agressão física entre os deputados, o governo atropelou a oposição e conseguiu aprovar ontem na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara o recurso do PT que suspende a instalação da CPI do Apagão Aéreo. Com participação decisiva do PMDB, o Planalto obteve o placar de 39 votos contra 20 na comissão e o recurso deverá ser levado a votação hoje mesmo no plenário da Câmara.
“A votação do recurso se sobrepõe a votação das 12 medidas provisórias que estão trancando a pauta no plenário”, afirmou o vice-líder do governo na Câmara, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS).
Na CCJ, a base aliada votou praticamente fechada com o governo, que obteve todos os votos do PMDB (12), do PT (11), do PSB (4), do PP (3), do PR (3), do PTB (2), do PCdoB (1), do PMN (1) e do PTC (1). A dissidência ficou restrita aos dois representantes do PDT – Sérgio Brito (BA) e Wolney Queiroz (PE) – e ao líder do PV, Marcelo Ortiz (SP). No PFL foram dez votos contrários ao engavetamento da CPI do Apagão Aéreo, enquanto no PSDB foram seis. O líder do PPS, Fernando Coruja (SC), votou contra o recurso.
Para conseguir aprovar o recurso, que foi discutido durante oito horas na CCJ, o governo não mediu esforços e, no meio da tarde, lançou mão da mesma tática da oposição: obstruiu as votações do plenário da Câmara, que previa a análise de oito medidas provisórias do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
A sessão da CCJ, que debatia o recurso da CPI, precisou ser suspensa para que a ordem do dia no plenário pudesse começar. O regimento interno da Câmara impede que comissões temáticas funcionem concomitantemente ao plenário. “Não tinha sentido ficarmos a tarde inteira batendo boca no plenário sem votar o recurso na CCJ. Por isso, decidimos usar a mesma estratégia da oposição e derrubar a sessão do plenário e ir para a CCJ votar”, explicou Albuquerque.