Governo muda de posição e endurece com controladores
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O Estado do Maranhão, 04/04/2007
BRASÍLIA – O governo endureceu a negociação com os controladores de vôo. A posição oficial, agora, é de que a desmilitarização do setor vai ter de esperar.
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, recebeu nesta terça-feira (30) oito representantes dos controladores de vôo: civis e militares. Ele disse que o governo permanece disposto a dar a gratificação e iniciar o processo de desmilitarização, mas, por enquanto, sem prazos, nem valores.
"Isso ficaria para um segundo momento. Agora é a questão da disciplina , da insubordinação e da hierarquia militar", afirmou o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
Para que o diálogo prossiga, o governo quer garantias de que o controle de tráfego aéreo vai voltar ao normal. "Exigimos que haja condição de absoluta normalidade no funcionamento do sistema. Ou seja o governo quer ouvir todas as partes, nós vamos negociar, mas nós não podemos fazer isso com faca no pescoço", disse Bernardo.
O ministro disse aos controladores que, se houver nova paralisação, o regimento militar será aplicado, o que significa prisão para quem abandonar as funções. Depois de falar com o presidente Lula, Paulo Bernardo avisou aos representantes dos controladores, por telefone, que uma nova conversa depende do que acontecer na Semana Santa.
Os representantes dos controladores disseram que estão decepcionados, mas garantem que não vão fazer nenhum protesto no feridao.
Fontes dos operadores informaram que o ambiente nos Cndactas é de muita tensão e irritação. Um deles enviou mensagem por celular dizendo que os controladores estão proibidos de ficar com os telefones enquanto trabalham. Só podem entrar no Cindacta os operadores que estão na escala.
O Comandante da Aeronáutica, Juniti Saito disse que as punições aos controladores dependem da investigação do Ministério Público Militar. O Comando da Aeronáutica já designou os oficiais que vão acompanhar os trabalhos. Saito disse que a Semana Santa será tranquila nos aeroportos.
Nesta terça-feira (3), o governo voltou atrás, cedeu a pressões e o comando das negociações com os controladores de vôo voltou para a Aeronáutica. A nova posição foi comunicada pelo presidente lula, durante reunião do conselho político do governo.
O presidente Lula disse aos líderes e presidentes de partidos da base aliada que considera a situação gravissíma.
Na véspera, comandantes da Força Aérea, Marinha e Exército tinham advertido para o risco de uma grave crise nos quartéis. Eles alertaram para o perigo de propagação de quebra da hierarquia, caso os sargentos controladores de vôo não fossem punidos e ficassem subordinados a um novo órgão civil.
Na reunião do conselho politico, o presidente disse que "é preciso primeiro restaurar a normalidade sob a coordenação do comando da Aeronáutica e, depois, cuidar de eventuais medidas adminitrativas".
"A partir desse momento o assunto apagão aéreo é de competência exclusiva do comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, e é com eles que o brigadeiro haverá de tratar e desde já dizendo que não haverá qualquer tipo de vacilo por parte do governo de negociar com militares amotinados", afirmou o deputado Beto Albuquerque (PSB/RS), vice-líder do governo.
As negociações com os controladores, na sexta-feira (30), foram conduzidas pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que chegou a fechar um acordo com a categoria.
"O governo precisava garantir na sexta-feira que a normalidade dos vôos retomasse, que o país não pode ficar refém de uma situação de negociação com os controladores", afirmou o deputado Henrique Fontana, vice-líder do governo.
Com a mudança de posição do governo, o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, saiu fortalecido. Nesta terça-feira (3), ele particiou de uma solenidade militar. E foi aplaudido de pé por oficiais quando disse que não é possível tergiversar, ou seja, voltar as costas, para os princípios da hierarquia e da disciplina.
No meio da tarde, o presidente Lula recebeu os novos oficiais generais da Marinha, Exército e Aeronáutica. Pediu que eles garantam que as Forças Armadas continuem sendo exemplo de orgulho para o país. Sem mencionar a crise, prometeu buscar recursos.
"Não medirei esforços para continuar buscando os recursos e as condições necessárias para fazer avançar o reaparelhamento das três forças", disse Lula.
O governo começou a por em prática o projeto de contratação de estrangeiros. Os contatos já começaram a ser feitos com outros paises. A contratação está prevista na Medida Provisória encaminha da na semana passada. A ordem da Aeronáutica é clara: se algum controlador resolver fazer protesto, será imediatamente afastado.