Centrais lutam na Previdência e no Trabalho

Apr 16 2007
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Jornal do Brasil,16/4/2007

Brasília. À margem da querela entre PMDB e PT, cada partido menor da base governista tentam garantir seu quinhão. Único entre os pequenos a entrar em território petista, o PDT quer lotear as delegacias regionais do Trabalho e já pediu ao ministro Carlos Lupi, seu representante na Esplanada, a garantia de ocupar ao menos as delegacias dos 12 estados onde eleger parlamentares.

O PT, que comanda as delegacias, aceita negociar. Oferece cargos no segundo escalão da Previdência em troca da DRT de São Paulo e da Secretaria Nacional de Economia Solidária. Mas essa é uma briga das centrais sindicais. A Central Única dos Trabalhadores (CUT), do ex-ministro do Trabalho Luiz Marinho, agora na Previdência, teme o avanço da Força Sindical, ligada ao PDT, sobre os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Ainda à espera da promessa presidencial de criar a Secretaria dos Portos, a bancada do PSB na Câmara está insatisfeita. O partido comanda apenas o Ministério de Ciência e Tecnologia, com um técnico “que nunca trouxe votos para ninguém”, queixa-se um deputado. As esperanças com o segundo escalão são pequenas.


– Temos 30 deputados, não somos tão pequenos a ponto de não merecer mais espaço – reclama o vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB-RS).

Ainda com a administração dos portos nas mãos, o PR, com Alfredo Nascimento no comando do Ministério dos Transportes deu uma demonstração de força ao vencer a sanha do PMDB e emplacar Luiz Antonio Pagot na presidência do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit), na semana passada. Para o PSB, foi um sinal preocupante.

E, mesmo se conseguir a Secretaria dos Portos, a legenda não terá sossego no segundo escalão. Um dos pleitos do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), é a estadualização do porto de Santos – medida que reduziria, e muito, o poder da eventual secretaria. Na avaliação dos deputados do PSB, o desejo de diálogo do presidente Lula com a oposição torna aquela hipótese bastante provável.

– Sinto um tremor de impaciência na bancada da Câmara – diz Albuquerque.