Movimento político e demora na definição de local tiraram escola técnica de Montenegro

Apr 26 2007
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Jornal Ibiá – Montenegro, 26/4/2007

Montenegro pode ter perdido sua Escola Técnica Federal para o estado do Maranhão. A hipótese foi divulgada ontem pelo deputado federal Beto Albuquerque (PSB). No município, situação e oposição divergem sobre responsabilidades na derrota que, certamente, teve teor político.

O vereador Ricardo Kraemer (PT) aponta a inércia da Prefeitura como motivo da perda, mas não negou que talvez tenha havido pressão de apoiadores do governo Lula. Segundo o edil, outras cidades, algumas que nem haviam sido cogitadas, iniciaram cedo a mobilização. Enquanto isso, segundo Kraemer, a Administração local ficou aguardando a divulgação do edital. Ele revelou que, em Brasília, durante visita, foi alertado para que houvesse pressão com abaixo-assinado e formação de comissão especial.

A deputada federal Maria do Rosário (PT), que acompanhou o secretário Eliezer Pacheco em visita a Montenegro, ratificou a informação. Ela não soube especificar o que mudou entre o encontro de janeiro e o anúncio de terça-feira, mas explicou que o Rio Grande do Sul perdeu duas das 12 escolas previstas. Segundo a gaúcha, nessa escolha "outras prefeituras estavam mais adiantadas no quesito escolha do local". Até o fechamento da edição, a Prefeitura não havia se manifestado sobre as declarações.

Maria do Rosário também não quis detalhar os motivos que tiraram os educandários do Estado, mas confirma que o Maranhão, da senadora Roseane Sarney, ampliou seu número de escolas às vésperas do anúncio. "Pode ter pesado um movimento político, mas que é totalmente inadequado ao Rio Grande do Sul", declarou.

Albuquerque deu ainda outra versão, revelando que o governo gaúcho teria intervido, uma vez que tinha interesse em trazer verbas para uma escola estadual na cidade. O socialista disse que agendou reunião com Pacheco para exigir o retorno de Montenegro à lista, mesmo com a ampliação do educandário local.

São João Batista é a possível beneficiada
A escola estadual citada por Albuquerque é o São João Batista. A deputada Maria do Rosário confirmou essa hipótese, dizendo que o educandário pode ser incluído em uma terceira fase do projeto de expansão. Ela alertou, no entanto, que agora começa uma nova luta para beneficiar Montenegro. O São João receberia recursos federais para reforma, ampliação e criação de novos cursos, tornando-se escola-pólo. Ela não dá essa possibilidade como certa, mas afirma que inclui a instituição em uma lista que já é composta pelo Colégio Parobé, de Porto Alegre, e Fundação Liberato, de Novo Hamburgo. "Nós estamos construindo compensações para essas regiões. Tudo é uma luta e começou outra", declarou.

A diretora da instituição de ensino, Maria Terezinha Kraemer Canello, disse que, se for confirmado, ficará muito feliz. Ela recordou que sempre defendeu a manutenção das escolas técnicas já existentes em Montenegro como projeto mais viável. Para um incremento do São João e do número de vagas, Maria Terezinha aponta a necessidade de ampliar e qualificar os laboratórios dos três cursos e os professores. "Pode ter certeza: a escola e a comunidade vão fazer o impossível para receber essa verba", declarou.