Assespro cobra política para o setor de software e serviços
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Portal Convergência Digital, 26/4/2007
Tomou posse nesta terça-feira ,(24/04), a nova diretoria da Assespro para o biênio 2007/2008. Ricardo Kurtz foi reconduzido ao cargo de presidente da entidade, em solenidade realizada em Brasília que contou com a presença de parlamentares e representantes do governo.
Durante a cerimônia, coube ao vice-presidente, Rubem Delgado, fazer as cobranças relativas à falta de uma política voltada para o desenvolvimento do software nacional e do setor de informática como um todo.
Lembrou que a Assespro após, 30 anos de luta, ainda mantém as mesmas reivindicações das empresas na pauta de discussões com os poderes Legislativo e Executivo.
“Em 2004 a definição de uma política industrial nos encheu de otimismo, que logo foi desaparecendo quando a indústria de software, representada pela Assespro, não foi convidada para discutí-la”, criticou
“É algo como se ter toda uma política industrial sem realmente consultar toda a indústria”, disparou ainda Rubem Delgado.
O executivo também questiona a falta de clareza por parte das autoridades federais, com relação à definição de uma política setorial: “Nós não sabemos qual o modelo que a gente quer seguir, se é o modelo da Índia, de Israel, ou um modelo brasileiro”, afirmou.
Delgado também lembrou que o setor de software e serviços continua sem acesso ao crédito, “com tributos elevadíssimos, com estatais concorrendo com a gente”.
Explicou que o lançamento do documento “Premissas Fundamentais para a Política Nacional de Software, criado em conjunto com a Fenainfo e a Softex, ainda está “atualíssimo”.
O executivo disse que reconhece alguns avanços e tentativas para tornar o setor mais competitivo. Mas alertou que será preciso a Assespro continuar avançando e sonhando.
Criticou ainda, a falta de uma legislação que favoreça as empresas nacionais nas compras governamentais. E tocou no assunto mais freqüente entre os empresários atualmente: O assédio de fiscais nas empresas. “Sonhamos também, que a gente só receba um fiscal para conferir se está tudo certo. E não diversos, sendo cada um com a sua autoridade, com sua criatividade e com sua verdade”, disse.
Também destacou que o setor sonha com um país, onde os municípios não briguem entre si pelo ISS, quando as empresas acabam “pagando esse pato”, porque não vai colocar o município na Justiça ou o cliente por conta de impostos.
“A gente tem consciência de que este não é um erro deste governo. E sim, um acúmulo de erros que, se a gente for buscar o culpado, vem lá de Dom Pedro I”, afirmou Rubem Delgado.
Liderança
Num tom mais ameno, porém contundente, o presidente da Assespro, Ricardo Kurtz disse que somente com líderes capazes e formados, o país terá melhores empresários, melhores políticos e uma sociedade melhor.
Destacou a necessidade de elaboração de políticas que visem o desenvolvimento do setor e que esta política seja articulada nas bases regionais da entidade. Destacou que na Assespro muitas regionais têm conseguido um esforço de ação articulada, que somente beneficia o setor como um todo. Citou os exemplos do Ceará, Pernambuco e Alagoas, além de Minas Gerais, Distrito Federal e São Paulo. Outras unidades também foram lembradas por Kurtz.
Unidade
O presidente da Assespro defendeu a proliferação de entidades sindicais que defendem os interesses do setor de software e serviços. Disse que a “sociedade em geral”, não pode ver este setor pelo mesmo prisma que outros segmentos econômicos.
“Essa questão de termos várias entidades de TI é um reflexo do nosso mercado. Cada uma tem uma atuação específica. Isso não impede de nos unirmos, nos momentos que surgem assuntos que dizem respeito a todo o setor de TI”, afirmou.
Kurtz afirmou ainda, que não é por falta de articulação que algum projeto não saia de acordo com os interesses do setor. “Temos todas as condições de iniciarmos um novo ciclo de desenvolvimento econômico”, disse o presidente da Assespro, pedindo o apoio de parlamentares e do governo nesta direção.
Inovação
A presidente da Assespro-Ceará, Caroline Mello, ao falar em nome das demais regionais, disse que “O segmento precisa de estímulo, com a construção de políticas governamentais em favor de novas tecnologias, e de inovação”.
Segundo ela, também são urgentes a adoção de medidas como a desoneração tributária e a capacitação de mão-de-obra. “Para atender a demanda crescente, o mercado precisará nos próximos três anos de 100 mil novos profissionais”, lembrou.
“Esse desafio não nos intimida. Temos tudo para sermos reconhecidos como um dos principais eixos de desenvolvimento do país”, destacou a empresária.
Respostas automáticas
Como vice-líder do governo na Câmara, o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), destacou que o grande desafio do governo nos próximos anos será o de dar respostas automáticas, para problemas de um setor que precisa ter respostas automáticas e manter a competitividade.
“O sonho que a gente sonha só, é só um sopro”, disse o deputado Gaúcho, lembrando célebre frase do cantor e compositor Raul Seixas. Foi uma resposta aos inúmeros “sonhos” que o setor gostaria de ver realizados, proferidos no discurso anterior, pelo vice-presidente da Assespro, Rubem Delgado.
“Precisamos sonhar juntos e construirmos de fato a realidade”, concluiu Beto Albuquerque,
O deputado lembra que o Governo Lula imprimiu, de certa forma, um dinamismo através de ações praticadas pelos Ministérios, da Ciência e Tecnologia e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, além da Casa Civil.
“Isso foi possível graças à interação que as entidades foram capazes de imprimir. Mas ainda estamos longe de estarmos satisfeitos”, destacou.
Lembrou o dado alarmante da necessidade do país ter um grande processo de capacitação profissional. “Que se torna competitivo, mas só será capaz de reverter a balança comercial, extremanente deficitária, se for capaz de formar profissionais que possam dar às empresas condições de competir em grande escala”, explicou.
Tal discussão ele afirma já ter iniciado na Assespro do Rio Grande do Sul. Mas destacou que, evidentemente, esse procedimento terá de vir acompanhado de ações que visem de desonerações. “É preciso compreender o setor, que é fundamentalmente de produção intelectual, e não produtor de mera mercadoria. Isso precisa ser compreendido”, destacou.
Beto Albuquerque disse que o país vive “um momento ímpar”, e que sua única preocupação tem sido que o Brasil não demore mais para perceber as oportunidades que o mundo oferece. Daí a necessidade, segundo ele, da aprovação imediata do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
“Qual é o setor que não precisa e não interage com os senhores?”, indagou o parlamentar, colocando essa questão como ponto primordial, para a batalha que se seguirá à aprovação do PAC, em favor das desonerações tributárias, da necessidade de formação de mão-de-obra qualificada e da eliminação dos encargos trabalhistas, do custo Brasil.