“A decisão de uma empresa não acontece de uma hora para outra”
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Em entrevista a ON, o Secretário do Desenvolvimento Econômico, Claudemir Bragagnolo, falou sobre a retomada do desenvolvimento em Passo Fundo, investimentos já definidos e novidades. O secretário também explicou a necessidade de manter em segredo algumas negociações. Confira a entrevista:
O Nacional – A Italac confirma sua vinda, a Uniquímica anuncia início das obras e a BSBios em breve deve estar produzindo biocombustível. Esse é o marco de uma nova fase para Passo Fundo?
Claudemir Bragagnolo – Devemos reconhecer os momentos anteriores. Passo Fundo teve o privilégio de que em seu entorno foi construído um entroncamento rodoviário muito importante. Além de ter uma ferrovia e um aeroporto. Esses são fatores importantes. Em determinado período ficamos estagnados no que diz respeito ao crescimento industrial. Passo Fundo tem um perfil muito bem desenvolvido na educação, saúde e prestação de serviço. Mas nós precisávamos buscar mais indústrias para a cidade. E também é preocupação do poder público, dentro dos seus limites, poder ajudar as empresas que já estão aqui e tenham capacidade de crescimento. A Administração Dipp/Corralo já iniciou determinada e com três pilares de sustentação para o mandato – geração de emprego e renda, saúde e educação. Num primeiro momento foi criada a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, em substituição à de Indústria e Comércio, e o então secretário Marcos Cittolin iniciou um trabalho muito determinado em relação à prospecção de novas empresas. Foi um trabalho inovador. Houve então a conquista da BSBios, do Pólo de Software, o primeiro passo da Uniquímica. Posteriormente eu assumi dando continuidade a esse trabalho. Trabalhamos várias outras empresas, incrementamos o Salão do Empreendedor que trabalha também com as pequenas empresas. E tivemos essa grande conquista que foi a Italac, que na terceira fase vai captar um milhão de litros de leite por dia. A Uniquímica já anuncia que começa sua obra, e já aumentando sua planta, além do projeto que já tinha.
ON – E nesta área ainda têm novidades por vir? Vamos ter mais investimentos no município?
CB – É claro, tem ainda outras conquistas. Nesta semana, por exemplo, será inaugurada aqui uma unidade da Paraná Equipamentos, que representa a Caterpillar. A Scapini Veículos também está se instalando na cidade, além de vários outros projetos de expansão que temos com outros empresários.
Temos que salientar ainda a aquisição de um distrito logístico industrial, com 43 hectares. Vai se instalar aí a maior distribuidora da Ambev no sul do país. A intenção para esta área é a criação de um Centro Industrial Aduaneiro. Temos agora nova lei municipal de incentivo. A lei anterior previa incentivo somente às indústrias e agora abrange o setor de logística.
Estamos trabalhando muito para implantar no município, e nesse sentido contamos com o apoio do deputado federal Beto Albuquerque, um Centro Tecnológico de Biocombustíveis. Esse projeto da prefeitura, através da Secretaria do Desenvolvimento, será realizado em parceria com a Embrapa, Universidade de Passo Fundo, a BSBios e o Cefet.
ON – Uma pesquisa do IBGE aponta Passo Fundo e região como a próxima metrópole do estado. O senhor acredita que isso deve se confirmar?
CB – Claro, mais isso não deve acontecer a curto e médio prazo. Então, nós que estamos passando pela administração municipal temos a responsabilidade de saber fazer esta leitura. Acredito que vamos ter várias oportunidades para chegar a esse patamar. No entanto, precisamos nos preparar para isso. O cidadão de Passo Fundo e da região tem que estar qualificado. Para o nosso município e a região, a fase tem sido muito boa.
ON – No período em que não são feitos anúncios de novos investimentos, as pessoas comentam que a Secretaria está pouco atuante. Como é o procedimento para atrair investidores para cá?
CB – Parece que a Secretaria não está trabalhando, porque não aparecem novidades. A decisão de uma empresa optar por se instalar aqui não acontece de uma hora para outra. A Italac, por exemplo, já com processo de expansão anunciado para o Rio Grande do Sul em outubro. Desde lá, e já com a determinação da empresa em vir para o Sul, tivemos que trabalhar em silêncio. E assim trabalhamos com muitas outras empresas. Muitas ações têm que ser mantidas em silêncio em função de se trabalhar projetos que não são só públicos, são privados também.
ON – Um dos motivos para que essas negociações sejam mantidas em segredo é a concorrência entre os municípios?
CB – Também. No caso da Italac nós não estávamos sozinhos. Tinha também outro município da bacia leiteira na disputa. É evidente que tudo isso faz parte do jeito de negociar, da determinação do prefeito e da atuação da Secretaria.
É claro que temos que ter o cuidado de não despertar nos outros municípios o interesse por determinada empresa. Nós queremos o desenvolvimento do Brasil, do estado e da região mas, em primeiro lugar trabalhamos por Passo Fundo.
ON – O incentivo do município é um fator determinante na decisão das empresas na hora de escolher onde irá se instalar?
CB – Esse com certeza é um fator muito importante. E existem municípios que oferecem muito mais incentivos do que nós. Mas, além dos incentivos, nós temos uma série de coisas a favor da nossa cidade. Temos uma universidade e cinco faculdades, somos referência no setor de saúde, com entroncamento rodoviário e com aeroporto. Ou seja, toda essa estrutura que Passo Fundo tem sem dúvida nenhuma nos auxilia muito. Temos muitas coisas boas aqui, o que falta é divulgar mais isso tudo.
ON – Como é o processo de busca de novas empresas para a cidade?
CB – É uma série de detalhes. Por exemplo, a gente visita empresas, feiras, federações de indústrias divulgando as potencialidades da cidade. Quando a gente descobre o projeto de ampliação de uma empresa, a gente vai lá oferecer Passo Fundo. Temos registrado muitas indicações de entidades e empresários sobre projetos de expansão. Bem, aí colocamos a pastinha embaixo do braço e vamos lá visitar a empresa.
Ana Luisa do Nascimento/ON