Inicia o espetáculo da cultura

Aug 28 2007
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O Nacional – Passo Fundo, 28/8/2007

Um espetáculo de cores, dança, música e emoção marcou a abertura da 12ª Jornada de Literatura. Até a sexta-feira, 111 escritores e pesquisadores, mais de 200 artistas e 21.400 leitores, entre eles 15.800 mil crianças e adolescentes, participam da interconexão de diferentes manifestações culturais na Jornada Nacional de Literatura Fantasias, perucas, música, dança, luzes e muitas cores em um belo espetáculo que discorreu sobre a utopia. A letra da música tinha tudo ver com a Jornada Nacional de Literatura, mas cabia muito bem a cada um dos espectadores. Os atores cantavam sobre a necessidade de sonhar e querer ver esses desejos se realizar. Falava em querer concretizar sonhos. E não fosse esse querer e desejar não estaria sendo aberta a 12ª edição da Jornada. Não fossem centenas de pessoas trabalhando por muito meses a cada dois anos para a efetivação do movimento cultural, Passo Fundo não seria hoje a Capital Nacional da Literatura. Não fossem os voluntários querer ajudar não seriam organizadas as Jornadas.

Um evento, muitos objetivos, centenas de trabalhadores, escritores, leitores, patrocinadores, a Universidade de Passo Fundo, o apoio da prefeitura, shows, arte, literatura, enfim tanta coisa reunida em prol do evento que propaga a leitura. É como dizia a música do espetáculo – apresentado pelo grupo XPTO, Viramundos e Tanz – as palavras formam frases, as frases formam histórias e histórias formam outras histórias. Seria óbvio, não fosse o detalhe que eles destacavam, e que faz a diferença, de nada adianta tudo isso, caso não houvesse a imaginação.

O espetáculo seguia e a música insistia na utopia e no querer realizar os desejos. E, com certeza, mais do nunca, nesta Jornada, as palavras fizeram mais sentido, afinal, apesar dos percalços, o desejo de produzir mais uma Jornada se concretizou. Com uma brilhante chuva de prata foi brindada a abertura da 12ª Jornada Nacional de Literatura.

Quando a coordenadora e idealizadora das Jornadas, Tania Rösing, bradou: "Respeitável público do Circo da Cultura, o espetáculo vai começar", um refrão se materializou, refletido naquele do hino do Rio Grande do Sul "Mostremos valor constância nesta ímpia e injusta guerra; sirvam nossas façanhas de modelo a toda a terra…" 

Assim até 31 de agosto, Passo Fundo novamente fará jus ao título de Capital Nacional da Literatura. Mais de cem escritores, intelectuais, pensadores e artistas, além de milhares de leitores, estarão na cidade para discutir o tema Arte da leitura & leitura da arte. Além das atividades na lona principal, uma série de eventos paralelos movimentará o Circo da Cultura.

Até a sexta-feira, 111 escritores e pesquisadores, mais de 200 artistas e 21.400 leitores, entre eles 15.800 mil crianças e adolescentes, participam da Jornada Nacional de Literatura. A Jornada é uma realização da Universidade de Passo Fundo e da Prefeitura Municipal de Passo Fundo, com patrocínio cultural da Petrobras, Banrisul, Caixa RS, Eletrobrás, RGE, Coca-Cola, Fonte Ijuí e Grazziotin.

"Ninguém vai atrapalhar"

A idealizadora Tania Rösing marcou seu pronunciamento, não apenas pelas boas vindas aos participantes e aos convidados, mas principalmente pelas críticas aos que não apoiaram a concessão dos recursos da Lei de Incentivo à Cultura para a Jornada. Repetiu diversas vezes que "nada, nem ninguém vai atrapalhar a realização do evento" e ainda disse que livros, arte e cultura se fazem com apoio financeiro e não apenas com apoio moral. Emocionou-se quando falou das mentes criativas que contribuíram para a organização da Jornada, que levou meses.

Na primeira fila

O deputado estadual Luciano Azevedo (PPS), representando o presidente da Assembléia Legislativa, garantiu que o espírito de realização de um evento como a Jornada Nacional de Literatura se renova a cada ano e isso faz uma edição mais grandiosa do que a anterior. "É uma capacidade transformadora e eu me sinto orgulhoso por ver o êxito de um evento passo-fundense", disse.

O reitor da Universidade de Passo Fundo, Rui Getúlio Soares, ressaltou que o grande movimento cultural conta com o esforço extraordinário da comissão organizadora e da própria universidade, fazendo assim uma demonstração de que todos estão imbuídos em um mesmo propósito. "Temos aqui as mais diversas formas de cultura, e isso nos torna privilegiados", afirmou.

O deputado federal Beto Albuquerque (PSB), representando o presidente da Câmara dos Deputados, criticou a ausência dos membros do Conselho de Cultura do Rio Grande do Sul. "É para um evento como a Jornada Nacional de Literatura que existe o conselho, e lamento a insensibilidade dos membros que negaram a concessão dos recursos", destacou.

O prefeito Airton Dipp ressaltou a história de 26 anos das Jornadas Literárias e garantiu que a trajetória de sucesso acabou consolidando culturalmente não apenas o evento, mas sim a cidade e o estado. "Tenho certeza que a 12ª edição será ainda melhor do que as anteriores, porque estamos comemorando também os 150 anos de Passo Fundo, concluiu.

Personagem

Rodolfo Dias Paes, 25 anos

Ator e membro da XPTO SP, companhia paulista que participou da abertura da Jornada Nacional de Literatura, juntamente com o grupo Viramundos

O Nacional – Você já conhecia o Rio Grande do Sul?
Rodolfo Paes – Não. Sou paulista e é a primeira vez que estou em Passo Fundo.

ON – O que achou de participar da Jornada Nacional de Literatura?
RP – Um privilégio. Tudo é muito bem organizado e sei que é um dos maiores movimentos literários.

ON – Já conhecia a Jornada?
RP – Sim, já tinha ouvido falar do evento, por isso a satisfação de estar aqui é ainda melhor e maior.

ON – Está sentindo muito a diferença de temperatura?
RP – Sim, muito. Mas com o calor do público e com as atividades da coreografia, me esquentei.