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Oct 15 2007
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Correio do Povo, 14/10/2007

Renan Calheiros articula com aliados da bancada do PMDB para que José Sarney seja seu sucessor, com o apoio do Palácio do Planalto. Concorda que Sarney seja o novo presidente do Senado?

Pedro Simon:
'Não concordo. Sarney não é o meu candidato. Pode ser o do partido, mas não o meu. Essa história vem há muito tempo, o que é um exagero, um descaso. Está na hora de Sarney se acomodar, já que foi por duas vezes presidente do Senado. É inadmissível pôr no poder um homem que diz abertamente fazer parte do governo. Sarney quer tudo. Pretende voltar à presidência e ao Ministério de Minas e Energia. Também quer sempre estar por cima e o PMDB concorda com isso, o que é uma lástima. Não é hora para o retrocesso. O Senado precisa de comandante neutro. Porém, enquanto houver esse tipo de acordo, nunca teremos o Senado que sonhamos'.
Senador do PMDB

Paulo Paim:
'Não sou contra, porém, isso compete ao PMDB. Acredito que dos três candidatos do partido, José Sarney, Gerson Camata e Jarbas Vasconcelos, a base está mobilizada para o retorno do ex-presidente. Há movimento para que Sarney volte. Renan e aliados fazem frente para isso. A campanha pró-Sarney está instalado em Brasília, onde transita por todas as bancadas com naturalidade. O Planalto também está engajado no movimento. Acredito que Sarney agregue as melhores condições para que o Senado volte à normalidade. Nos últimos meses, tivemos em plenário clima de constrangimento, indignação e tristeza. Agora, a perspectiva é de Senado sem crises'.
Senador do PT

Sérgio Zambiasi:
'Não tenho nenhuma razão para ser contra a presidência de Sarney. Porém, a decisão e a responsabilidade pela escolha é do PMDB. A licença de Renan Calheiros veio muito tarde. Agora, com sua saída, o clima de tensão que se instalou no Senado deverá minimizar. Para muitos, a volta de Sarney seria solução natural e não afetaria a base aliada. Sarney transita bem no Congresso e isso o favorece. Integrei a mesa diretora quando ele presidia o Senado e foi um bom período, já que soube conduzir com sensibilidade os trabalhos. Sarney pode ser candidato, mas encontrará resistência no próprio partido. A decisão, porém, não cabe a mim, mas ao PMDB'.
Senador do PTB

Beto Albuquerque:
'Concordo. Sarney é o único dentro do PMDB que pode assumir o cargo. Porém, não vi essa movimentação no Congresso. O partido que tem ampla maioria na Casa irá indicar o presidente. Assim, a decisão será tomada pelo PMDB. O partido tem todas as razões para indicar represente consagrado e Sarney acaba sendo o mais cogitado. Afinal, ele tem ampla maioria dentro do PMDB. Sarney pertence ao grupo de Renan Calheiros, Romero Jucá, Roseana Sarney e outras lideranças. Não posso avaliar se será bom ou ruim, mas acredito que deve existir ampla mobilização para que ele acabe assumindo o cargo de presidente do Senado'.
Deputado federal pelo PSB