Arrocho na fiscalização
Oct
17 2007
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- Posted by: Ass. Imprensa
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Correio Braziliense, 17/10/2007
Érica Montenegro – Da equipe do Correio
Pacote para conter violência no trânsito prevê a redução da velocidade em algumas vias, uso de equipamentos eletrônicos e a criação de disque-denúncia para punir motoristas imprudentes
O lançamento do pacote para conter as tragédias no trânsito do Distrito Federal ficou para amanhã. Durante o dia de ontem, o governador José Roberto Arruda, o secretário de Transportes, Alberto Fraga, e o diretor do Departamento de Trânsito (Detran), Délio Cardoso, participaram de reuniões para decidir que providências serão tomadas. Durante as conversas, chegou-se à conclusão de que as pistas brasilienses precisam de menos velocidade e mais vigilância. Arruda ouviu várias sugestões, mas ainda não bateu o martelo sobre que medidas vai tomar.
Para conter os acidentes que este ano já causaram pelo menos 249 mortes (estatísticas oficiais até julho), o governo prevê a redução do limite de velocidade em algumas vias, a entrada de novos fiscais nas ruas e o aperto da fiscalização eletrônica. Os pardais móveis estão entre as sugestões apresentadas ao governador, mas a volta deles ainda não está confirmada. Também foi sugerido que algumas barreiras eletrônicas sejam substituídas por pardais para garantir maior controle de velocidade nas vias.
Sabe-se que, para evitar pegas, Arruda pretende criar um disque-denúncia especial e instalar 120 câmaras em locais onde os pegas costumam ser marcados. O telefone para denúncias funcionará 24 horas e permitirá que os infratores sejam flagrados no ato de desrespeito às leis de trânsito. A Ponte JK, onde aconteceu o acidente do último dia 6, será um dos pontos que receberá monitoramento constante. O sistema já está em fase de testes em Taguatinga e na Esplanada dos Ministérios.
O governador também quer mais fiscais nas ruas. Hoje são 220 funcionários do Detran em patrulha e outros 100 cumprindo funções burocráticas.
Especialista em Segurança no Trânsito e professor do Departamento de Engenharia da Universidade de Brasília (UnB), Paulo César Marques espera que o novo pacote inclua a volta dos pardais fixos e móveis. Para ele, a substituição de parte dos radares por barreiras eletrônicas, medida tomada no início do governo, deu um recado errado aos motoristas brasilienses. “Eles ficaram livres para pisar no acelerador. O que nós esperamos é um trânsito mais pacífico, menos competitivo”, afirmou o especialista.
Já o professor Hartmurt Günther, especialista em Psicologia do Trânsito, opina que as medidas vão no caminho certo se apertarem a fiscalização — tanto a eletrônica quanto a humana. “Não existe motorista educado. A ameaça efetiva de punição é que torna o trânsito mais tranqüilo”, afirma. Para Günther, além de barreiras e radares, é preciso também de mais homens nas ruas. “O constrangimento de ser multado por um fiscal em pessoa tem um poder psicológico muito grande”, completou.
Audiência
A Frente Parlamentar do Trânsito Seguro, formada por deputados federais, pretende realizar até o fim do mês uma reunião na Câmara. Eles querem discutir com juízes, promotores e delegados quais são as dificuldades enfrentadas na prática para a produção de provas no caso de acidentes de trânsito, como o ocorrido na Ponte JK. “Há uma discussão jurídica que atrapalha a aplicação do Código Penal no caso de crimes de trânsito, precisamos desfazer este nó ou então estaremos incentivando a impunidade”, afirmou o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS).
A Frente Parlamentar do Trânsito Seguro, formada por deputados federais, pretende realizar até o fim do mês uma reunião na Câmara. Eles querem discutir com juízes, promotores e delegados quais são as dificuldades enfrentadas na prática para a produção de provas no caso de acidentes de trânsito, como o ocorrido na Ponte JK. “Há uma discussão jurídica que atrapalha a aplicação do Código Penal no caso de crimes de trânsito, precisamos desfazer este nó ou então estaremos incentivando a impunidade”, afirmou o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS).