Após distribuir laptops para os deputados, renovar a frota de veículos que atende à cúpula da Casa e programar a compra de banheiras de hidromassagem para apartamentos funcionais, a Câmara dos Deputados abriu anteontem licitação para adquirir frigobares para reequipar os atuais 513 gabinetes.
A medida tem o objetivo de estabelecer um "registro de preços", mecanismo que permite à Câmara adquirir até 513 frigobares –não necessariamente todos de uma vez só, mas na medida em que avaliar que os atuais precisam ser substituídos.
De acordo com a direção geral da Casa, serão adquiridos imediatamente pelo menos 30 frigobares, já que os atuais teriam sido comprados em 1987 e estariam apresentando vários problemas.
Os modelos sugeridos na licitação, com capacidade de 120 litros, têm preço de mercado entre R$ 689 e R$ 699, de acordo com o site de comparação de preços do UOL (http://shopping.busca. uol.com.br). Ou seja, caso haja a substituição dos 513 frigobares, o gasto pode ficar em torno de R$ 358 mil.
A Folha ouviu ontem, no plenário da Câmara, deputados sobre o assunto e não encontrou quem reclamasse do atual eletrodoméstico.
"O meu está perfeito. Pelo menos o suco de uva e o queijinho que a gente compra ficam perfeitamente conservados. Acho desnecessária uma troca. Panela velha é que faz comida boa", disse Chico Alencar (PSOL-RJ). "O meu está funcionando perfeitamente. Mas eu só uso para gelar água", afirmou Rafael Guerra (PSDB-MG).
Para um dos vice-líderes do governo, Beto Albuquerque (PSB-RS), não há necessidade de troca: "Todo o conjunto do gabinete é ruim. São pequenos, mal equipados, o frigobar é detalhe. Como uso só para gelar água, para mim o atual está mais do que bom."
A licitação também prevê o "registro de preços" para possível aquisição de outros eletrodomésticos, como televisores, microondas e aparelhos de DVD, que seriam destinados às áreas técnicas.
