O deputado estadual Alexandre Postal, do PMDB, que foi o relator da primeira CPI do Detran, há dez anos, disse que o foco daquela investigação é diferente da comissão atual. ‘Na época, a CPI foi feita para apurar as supostas irregularidades no processo de reestruturação do Detran. Agora, a atenção é o superfaturamento em contratos firmados pela instituição. Aquilo era apenas jogo político. A atual é ampla e envolve problemas sérios de licitação’, disse o deputado peemedebista.
Integrante da CPI instalada neste ano na Assembléia Legislativa, Postal avaliou que o grupo somente foi criado em 1997 porque os parlamentares da oposição queriam visibilidade eleitoral. ‘Na metade das investigações, eles viram que não existia nada para ser descoberto de irregular e a solução foi abandonar a CPI’, destacou o parlamentar.
Faltando um mês para encerrar os trabalhos da comissão, os deputados da oposição, inclusive o então presidente, Beto Albuquerque, do PSB, deixaram o grupo acusando os governistas de boicotar as apurações das denúncias.
Para Postal, os contrários ao governo queriam apenas encontrar uma forma de prejudicar o Executivo da época. ‘Eles não tinham foco. Primeiro começaram a falar da estrutura do Detran. Em seguida, a discutir a questão do processo de licitação da inspeção veicular e depois, acabaram se perdendo’, resumiu o ex-relator da CPI.
Além disso, o deputado peemedebista afirmou que após os quatro meses não existiam provas para justificar a comissão. ‘Não havia motivos ou alguma coisa além de suposições’, explicou Postal.
