Um olhar atento para o desenvolvimento da Região

Mar 17 2009
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Diário da Manhã – Passo Fundo, 17/03/2009
 

Luiz Roberto de Albuquerque, mais conhecido por Beto Albuquerque, natural de Passo Fundo, começou a trabalhar aos 15 anos como funcionário da Companhia Zaffari. Com o pai, aprendeu mecânica e exerceu a profissão mesmo depois de ingressar na Faculdade de Direito da Universidade de Direito de Passo Fundo – UPF, pela qual se formou. O rapaz que iniciou sua militância política presidindo o Diretório Acadêmico América Latina Livre, e depois o Diretório Central de estudantes, em 1986, tem atuado de forma forte, nestes 19 anos que passou na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul e na Câmara dos Deputados, com ações também voltada ao agronegócio. Por isso é agraciado com o Destaque do Agronegócio Especial.

Ele conta que no primeiro momento teve relação com a agricultura familiar, com a Fetag – Federação dos Trabalhadores Rurais no Rio Grande do Sul, Contag, média e pequena propriedade rural. “Sempre estivemos juntos”, afirma. Recentemente, esteve identificado na defesa de causas mais regionais. Primeiramente, foi na construção do primeiro programa nacional junto ao BNDES par aumentar a capacidade de armazenamento, de produção no Brasil, permitindo que cerealistas pudessem tomar recursos através de financiamento para ampliar a área de silos e armazéns, segundo Beto, esse é um programa incentivado com financiamentos facilitados que está operando na região do estado gaúcho e em todo o Brasil, aumentando a capacidade de armazenagem cerealistas juntamente com o de cooperativas.

Para o deputado federal, que desde 2003, a convite do presidente Lula é vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, o trabalho de articulação política que ele vem fazendo, é um dos motivos de sua escolha para a premiação, pois permitiu que há seis anos, se trouxesse para Universidade de Passo Fundo – UPF, um dos mais modernos equipamentos em termos de pesquisa e qualificação do leite. Ele funciona hoje na faculdade de Engenharia de Alimentos. Beto conta que foi necessário uma mobilização, uma negociação junto a Embrapa Nacional para que o equipamento viesse, mas que com isso, houve uma qualificação da cadeia do leite, “ e fez com que pudéssemos estar hoje alcançando a chegada de uma empresa como a ITALAC, que vai movimentar o setor produtivo, vinculada ao agronegócio e a pequena e média propriedade rural”.

Uma outra articulação de Beto, motivado pela ativação econômica regional, resultou na planta industrial da BSbios, que está utilizando soja fundamentalmente regional, e permitiu que a empresa fosse uma das 10 do Brasil, a ter o selo metaembiental. Além de viabilizar também financiamento para se consolidar e construir na região. Mais recentemente a articulação política que fizemos foi para a maltaria da AMBEV escolher a tradição que a região tem com a cevada e viesse se instalar em Passo Fundo. “Tivemos uma articulação política intensa e atenta para que estes acontecimentos, cadeia do leite, biodiesel e cevada viesse se instalar na região, para gerar emprego e renda, mexer com a atividade agrícola e desenvolver economicamente uma grande área” ressalta.

“ NUNCA HOUVE TANTO RECURSO PARA A AGRICULTURA FAMILIAR”

Diário Expodireto – Um dos gargalos do agronegócio passa  pelos problemas com a logística. Como Secretário de Transportes do RS, como foi a sua atuação nesse sentido e qual avaliação das ações do governo no setor?

Beto Albuquerque – Trabalhamos muito nesta área, cheguei a elaborar um plano diretor de desenvolvimento dos transportes, quando eu era secretario, mas infelizmente ao longo do governo posterior ao governo Olívio Dutra e o atual, ele permanece adormecido na Assembléia Legislativa, o que significa um grande atraso. Nós poderíamos ter uma inteligência maior na organização do setor de transportes e na integração dos modais de transportes. Eu trabalhei, e trabalhei bastante para viabilizar empreendimentos no porto de Rio Grande que tem uma interface enorme com a produção primaria, potencializei o aeroporto de Passo Fundo, ampliamos a pista, equipamos, para que possa servir de pólo regional de aviação. Trabalhamos muito em termos de rodovia. O que eu lamento como ex-secretário dos transportes é que o contrato que eu assinei com uma empresa de construção internacional, que ganhou a licitação, até hoje não tenha sido executado na ampliação da capacidade da RS/324 entre Passo Fundo e Marau, mantendo-se uma rodovia muito perigosa. Desde 2002, concluímos a licitação e contratamos abras que permitiriam ter eliminado ao  menos 13 pontos de estrangulamentos de curvas, de riscos e de perigos, que tem tirado muitas vidas na região. Quando nós chegamos ao Governo Federal, há seis anos, as BRs eram um horror. Todas elas têm recebido um tratamento de recuperação e restauração muito grande. Construímos rodovias importantes como foi a Rosério-Santa Maria. Estamos preparando a duplicação da BR/386, entre Tabaí, uma recuperação total até Irai. É uma área que tenho mantido uma permanente e intensa relação, defendendo investimento e modernização do setor.

Diário Expodireto – Como o senhor avalia hoje, a atuação da bancada ruralista voltada ao agronegócio, na Câmara dos Deputados?

Beto Albuquerque – A bancada  do agronegócio é muito grande, há deputados muito importantes no Rio Grande do Sul que tem atuado muito. Sobre esta área eu faço muita interlocução com a bancada por ser vice-líder do Governo Federal na Câmara, em assuntos de interesse do setor. A condição de vice-líder é uma condição de resolver e também, às vezes, de dizer não para aquilo que não é possível ser feito. Mas eu mantenho uma intensa e honesta relação com a bancada ruralista, que tenho certeza tem muito respeito pela minha atuação.

Diário Expodireto –  O senhor acredita que o Governo Federal está dando a devida valorização para o setor primário?

Beto Albuquerque – Nunca houve tanto recurso para a agricultura familiar. Pode não ser tudo o que é necessário, mas quem ampliou o recurso do Pronaf, criou o Ministério de Desenvolvimento Agrário para trabalhar e articular tudo com a pequena e média propriedade rural e aumentou o volume de recursos foi o Governo Lula. Fez renegociação de dívidas, e mais, tem sido um governo aberto ao diálogo, se não resolveu todas as questões ainda tem trabalhado e muito para melhorar.

Diário Expodireto – Como o senhor avalia a importância de ser agraciado com o Troféu Destaque do Agronegócio?

Beto Albuquerque – Para mim é uma honra, é um orgulho, e nem sei se mereço tanto. É um prêmio vinculado e um grande evento do agranegócio, que é a Expodireto, que reúne pesquisa, inteligência. Modernização, dinamismo da agricultura gaúcha, que tem que apostar muito nesse caminho de inovação. Então o prêmio sendo apresentado em torno de um evento com esta grandiosidade, é  uma honra muito grande e eu espero não só fazer por merecer a distinção como poder continuar testemunhando esse reconhecimento, através do meu trabalho aqui em Brasília e junto a vice-lidereança do nosso Governo.