Comerciários de Ijuí presentes no 2º Congresso estadual da CTB/RS, em Porto Alegre
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Portal Rádio Progresso – Ijuí, 04/08/2009
O 2º Congresso Estadual da Central de Trabalhadores e Trabalhadores do Brasil (CTB), que começou na quinta-feira (30) em Porto Alegre, debateu a nova gripe A H1N1, soluções para a agricultura familiar, passando pelas iniciativas brasileiras para superar os efeitos da crise mundial. O evento culminou com uma caminhada até o Palácio Piratini.
Já na recepção, os cerca de 300 participantes do encontro foram recebidos por pessoas usando máscaras e luvas para evitar a contaminação com o vírus da nova gripe, medida necessária nos dias em que aglomerações tornaram-se uma ameaça real à saúde. No auditório lotado da Fetag, delegados sindicais de quase todas as regiões do Estado discutiram temas que fazem parte da pauta de reivindicação da CTB. Cerca de 80 sindicatos estão filiados à CTB gaúcha. Oito delegados de Ijuí foram ao encontro, filiados ao Sindicato dos Empregados no Comércio. Entre eles, a presidente do sindicato e vereadora pelo PCdoB, Rosane Simon.
O deputado federal Beto Albuquerque (PSB), um dos presentes, teceu comentários sobre a participação ativa da classe no Estado. ”Só tenho a ressaltar o sucesso, a dimensão, a clareza e o foco que a CTB vem imprimindo na luta dos brasileiros. A CTB cumpre uma tarefa ativa na luta pela melhoria de vida da classe trabalhadora, como a batalha pela redução para 40 horas semanais da jornada de trabalho”.
O economista Marcio Pochmann, presidente do Ipea, falou na parte da tarde. ”Nos dias de hoje, os miseráveis contam seus dias. Um após o outro. Os operários, contam o mês, se esforçando para chegar até o final com um dinheirinho no bolso. A classe operária pensa no ano e os ricos têm planos para as décadas seguintes. Só com um planejamento sólido podemos alcançar nossos objetivos”, disse.
Tema recorrente em todas as classes sociais nos últimos meses, a crise mundial também foi enfocada. Para Pochmann, a recessão não é uma novidade na dinâmica do capitalismo, mas que para o Brasil conseguir suportar é preciso aproveitar esse momento. Tirar lições de como crescer e se fortalecer numa época difícil como essa. ”A crise produz uma nova geração de pobres e novos efeitos políticos. Para avançar com relação a isso temos que ter um novo plano de financiamento a longo prazo, uma reestruturação da governança do mundo e o padrão de produção e consumo precisa ser alterado. Mas é importante salientar que nada disso vem do dia para a noite. É preciso trabalhar muito para que as mudanças sejam benéficas a todos”, afirmou.
Pochmann destacou ainda que a crise pode não estar tão próxima assim de acabar, como a imprensa vem divulgando atualmente. Ele acredita que ela possa ser cíclica e passar por vários momentos antes de ser totalmente superada. No entanto, foi otimista: ”Os números apontam para uma retomada satisfatória no segundo semestre deste ano. As categorias serão beneficiadas porque o Brasil tem a possibilidade de ter em 2010 um ano muito bom para as negociações”.
Saindo do plano econômico e retornando à saúde, o Dr. Néio Lúcio Pereira, assessor técnico da superintendência do Grupo Hospitalar Conceição, falou sobre a pandemia da nova gripe, principalmente pelo fato de o RS ser uma porta de entrada do vírus devido à proximidade com as fronteiras argentina e uruguaia.
Pereira relatou que um dos problemas mais graves enfrentados no combate à doença é a falta de leitos nos hospitais. “Devido ao baixo investimento que o governo Yeda Crusius faz na saúde, as pessoas não têm onde se curar. Por isso é inadmissível que numa época dessas os hospitais da Ulbra permaneçam fechados. Precisamos de uma mobilização popular para que o governo tome uma atitude rápida e não deixe essa instituição fechada enquanto milhares de pessoas precisam de acompanhamento qualificado”.
No encerramento do primeiro dia do Congresso da CTB, os desafios para agricultura familiar foram abordados pelo deputado estadual Heitor Schuch (PSB).
O evento terminou na sexta-feira (31), segundo dia do encontro, e foi marcado pela presença de lideranças políticas no auditório da Fetag, para um ato político com a presença do deputado estadual Giovani Cherini (PDT) e do deputado comunista Raul Carrion (PcdoB). Em sua fala, Cherini afirmou que “é preciso modificar o sonho coletivo das pessoas e, para isso, é necessário investir na educação. E a CTB vai lutar firmemente pela educação de cada ser humano”.
Carrion pediu que a entidade gaúcha se engaje na luta em defesa do Pré- Sal, além de manter sua luta constante pela redução da jornada sem redução dos salários e o fim do fator previdenciário. Aliado da causa dos trabalhadores declarou: “A CTB é uma central que surgiu para unir. É uma pluralidade que enriquece a todos que fazem parte dela e ela tem tudo para crescer ainda mais”.
Numa breve avaliação Rosane Simon disse: “O congresso foi muito importante para reforçar a unidade dos trabalhadores, unidade necessária na luta para manter nossos direitos e pressionar o Congresso Nacional em questões que afetam diretamente os trabalhadores, como o fim do fator previdenciário e a redução da jornada de trabalho”.
Luta do campo em destaque
A luta pela manutenção dos jovens no meio rural também ganhou destaque. Joseane Eilof, representante da juventude rural da CTB, apresentou um estudo que mostra que em 2018 apenas 10% da juventude estará no campo. “Se todos estiverem na cidade, quem irá plantar? Quem irá produzir para a população urbana? A união dos urbanos com os rurais pode ser a saída para evitar essa crise, já que um não pode viver sem o outro. Um complementa o outro”, disse.
Depois das manifestações em plenário acerca do plano de lutas da entidade, nas quais a luta das mulheres, a questão ambiental e uma política de comunicação também foram discutidos, a CTB/RS colocou em votação os nomes para a nova direção da entidade no período 2009-2013. A chapa única, encabeçada pelo atual presidente Guiomar Vidor, foi eleita por unanimidade dos votos dos delegados.
Rosane Simon avalia que a partir deste 2º Congresso Estadual a entidade terá ainda mais responsabilidades. “Além da luta e da defesa de nossos direitos, temos a responsabilidade de fazer com que a CTB/RS cresçano estado e também em nossa região. Para isso vamos visitar sindicatos, convidando-os para filiarem-se a CTB. Nossa meta e a de construir uma regional no noroeste do estado, para que a CTB cresça na política da pluralidade de idéias e de participação”.
Encerramento
O evento encerrou com uma caminhada dos participantes rumo ao Palácio Piratini. No trajeto, os integrantes da passeata usaram o microfone para reforçar as questões primordiais de sua luta. Na frente do Piratini, foram cobrados os investimentos do governo do Estado na Saúde, a reabertura dos hospitais da Ulbra, o fim do fator previdenciário, a redução da carga horária semanal para 40 horas e a abertura de uma CPI para investigar os supostos atos ilícitos do governo Yeda.
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