Nova ponte terA? de esperar atA� 2015

Aug 08 2010
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ZERO HORAA� – PORTO ALEGRE

Na manhA? de 30 de julho, uma sexta-feira, centenas de gaA?chos tiveram seus destinos unidos durante pouco mais de duas horas e meia de angA?stia devido a um prosaico parafuso quebrado que ajuda a sustentar o desgastado vA?o mA?vel da ponte do GuaA�ba, na Capital.

SA�mbolo da fragilidade logA�stica na zona mais populosa do Estado, a peA�a defeituosa fez enguiA�ar a estrutura de concreto enquanto estava elevada para dar passagem a uma embarcaA�A?o e manteve igualmente em suspenso as vidas dos usuA?rios da travessia. VA�timas da falta de projetos destinados a oferecer alternativas, as pessoas tiveram suas rotinas alteradas pelo vazio no meio da construA�A?o.

Confira, a seguir, o que falta para a principal regiA?o do Estado deixar de ser refA�m da ponte e como personagens do episA?dio localizados por Zero Hora enfrentaram mais um dos frequentes enguiA�os que une a�� e por vezes separa a�� milhares de gaA?chos.

Saudada A� A�poca de sua construA�A?o como um marco da modernidade porto-alegrense, a ponte do GuaA�ba se transformou em sA�mbolo do atraso. Engessado pela burocracia, o governo federal admite que os engarrafamentos que atormentam os usuA?rios da travessia deverA?o continuar atA� 2015. Se nA?o ocorrerem sobressaltos, e todos os prazos mA�nimos forem cumpridos, a construA�A?o de uma estrutura paralela A� atual nA?o comeA�arA? antes de 2012, e deverA? se estender pelos trA?s anos seguintes.

A previsA?o do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) leva em conta os requisitos para licitar e executar todas as etapas. Apesar de a atual estrutura apresentar sinais de esgotamento hA? mais de uma dA�cada, faz apenas quatro meses que o sonho de desatar o nA? viA?rio gerado pelas falhas do vA?o mA?vel comeA�ou a sair dos discursos. O embrionA?rio estudo de viabilidade que deverA? ficarA? pronto em outubro apenas informarA? ao MinistA�rio dos Transportes o custo da obra e a localizaA�A?o mais adequada para a futura ponte.

a�� Somente apA?s a finalizaA�A?o deste estudo A� que poderemos sentar A� mesa para discutir se a obra serA? tocada pelo governo federal ou pela iniciativa privada a�� explica o diretor de Infraestrutura Terrestre do Dnit, Hideraldo Caron.

Nos gabinetes de BrasA�lia, a construA�A?o de uma alternativa A� ponte erguida em 1958 A� apontada como prioridade do Planalto. O ministro dos Transportes, Paulo Passos, diz cobrar relatA?rios periA?dicos dos A?rgA?os encarregados da iniciativa. Entretanto, no Congresso, o tema A� visto com ceticismo.

a�� O melhor seria firmar uma parceria com a concessionA?ria da freeway a�� argumenta o deputado Beto Albuquerque (PSB).

O empecilho a esse projeto A� que a empresa Concepa jA? ofereceu A� UniA?o a possibilidade de construir uma segunda travessia em troca da prorrogaA�A?o do contrato de concessA?o, mas a ideia nA?o seguiu adiante. O diretor-presidente da concessionA?ria, Odenir Sanches, acredita que o projeto original jA? nA?o tem mais chance de virar realidade.

a�� O governo nA?o concorda com prorrogaA�A?o de concessA�es a�� confirma o superintendente regional do Dnit, Vladimir Casa.

O governo estadual deverA? apresentar, nas prA?ximas semanas, o plano prA?prio de uma nova ligaA�A?o viA?ria entre a RegiA?o Metropolitana e a Metade Sul. A ideia tambA�m chega tarde, porA�m, devido A� falta de capacidade econA?mica que marcou as finanA�as gaA?chas nas A?ltimas dA�cadas.

a�� Como consequA?ncia dos baixos investimentos, nos apequenamos. Perdemos a noA�A?o do que significa investir, nossos representantes federais tambA�m se apequenaram a�� analisa o secretA?rio estadual de Infraestrutura e LogA�stica, Daniel Andrade.

A necessidade de uma nova travessia A� reforA�ada pelo fato de que atA� o modelo da ponte atual, que exige a elevaA�A?o de um vA?o central de 57 metros e 400 toneladas, A� considerado ultrapassado. A melhor saA�da A� construir travessias altas o suficiente para permitir a passagem das embarcaA�A�es.

a�� Hoje, em todo o mundo, evitam-se pontes com sistemas mecA?nicos porque dA?o muito problema de manutenA�A?o a�� avalia o engenheiro e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Luiz Carlos Pinto da Silva Filho.

E a fiscalizaA�A?o?

A AgA?ncia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), A?rgA?o responsA?vel por fiscalizar o cumprimento de contratos de vias concedidas A� iniciativa privada, nA?o se manifestou sobre os problemas da ponte do GuaA�ba. Conforme a assessoria de imprensa, o diretor-geral, Bernardo Figueiredo, A?nica autoridade indicada para tratar do assunto, se encontrava em viagem e nA?o poderia se pronunciar sobre o caso atA� a prA?xima semana. A assessoria informou nA?o haver queixas de descumprimento de contrato por parte da Concepa.

fabiano.costa@zerohora.com.br, marcelo.gonzatto@zerohora.com.br
FABIANO COSTA E MARCELO GONZATTO
Os projetos que podem mudar a realidade da travessia
Confira quais sA?o e em que estA?gio se encontram as mais recentes iniciativas destinadas a resolver a precA?ria ligaA�A?o da RegiA?o Metropolitana com o sul e o oeste do Estado que fica vulnerA?vel a problemas tA�cnicos a cada iA�amento:
DO GOVERNO ESTADUAL

O QUE A� O PROJETO
– ImplantaA�A?o de um anel viA?rio (chamado rodoanel), unindo vias como a BR-116, a BR-290 e a ERS-118 em uma rota circular. Uma ponte sairia da zona sul da Capital, sobre o GuaA�ba, atA� o municA�pio de Barra do Ribeiro.
DE ONDE VIRIA O RECURSO
– Do Piratini, com possibilidade de contrataA�A?o de financiamento.
POR QUE DEMOROU
– O Estado nA?o tinha capacidade financeira para obras de grande porte.
ESTA?GIO ATUAL
– Os detalhes do plano elaborado pelo Piratini para resolver o problema estA?o em fase final de elaboraA�A?o por parte do governo estadual, que deverA? divulgA?-los nas prA?ximas semanas. O custo estimado A� de atA� US$ 350 milhA�es. Assim como a iniciativa federal, por ser uma obra de grande porte, nA?o representa uma soluA�A?o de curto prazo.
PARA COBRAR
– O projeto executivo para a construA�A?o da nova alternativa de travessia deverA? ficar pronto ainda no segundo semestre, segundo expectativa do governo. A intenA�A?o anunciada pela Secretaria Estadual de Infraestrutura A� de que as obras possam se iniciar em 2011.
DA CONCEPA

O QUE A� O PROJETO
– ConstruA�A?o de uma segunda ponte, paralela e localizada prA?ximo da atual, com pista somando oito metros de largura e sem acostamento, a fim de garantir uma alternativa viA?ria A� atual ponte.
DE ONDE VIRIA O RECURSO
– Da iniciativa privada.
POR QUE DEMOROU
– O governo federal nA?o concorda com a prorrogaA�A?o do prazo de concessA?o, que seria a contrapartida para a obra.
ESTA?GIO ATUAL
– Apresentado em 2007, a prA?pria Concepa considera que o projeto hoje estA? defasado em relaA�A?o ao que o Estado precisa a�� como pista mais larga devido ao crescimento da frota nos A?ltimos anos. Por isso, a direA�A?o da concessionA?ria considera a proposta engavetada em definitivo. O Dnit, por sua vez, informa que o governo nA?o concorda com a condiA�A?o de prorrogaA�A?o da concessA?o da Concepa por mais 20 anos.
PARA COBRAR
– O projeto estA? descartado. A Concepa promete substituir nos prA?ximos meses, porA�m, o atual sistema de iA�amento por outro, automA?tico e menos sujeito a falhas.
DO GOVERNO FEDERAL

O QUE A� O PROJETO
– ConstruA�A?o de uma segunda ponte, em local e com estrutura a serem definidos, a fim de oferecer mais uma alternativa de fluxo.
DE ONDE VIRIA O RECURSO
– Do orA�amento da UniA?o, mas com possibilidade de aporte de dinheiro da iniciativa privada.
POR QUE DEMOROU
– A prioridade polA�tica era o trecho metropolitano da BR-116, e nA?o foi disponibilizado recurso para a ponte a fim de prevenir seu esgotamento.
ESTA?GIO ATUAL
– EstA? em andamento um estudo, no valor de R$ 650 mil, para apontar qual seria a melhor regiA?o e o tipo de travessia mais indicado. Depois disso, hA? R$ 10 milhA�es no orA�amento para a elaboraA�A?o do projeto da nova ponte, ainda sem valor e prazo de execuA�A?o definidos. Como uma obra dessas costuma se estender por anos, nA?o A� soluA�A?o de curto prazo.
PARA COBRAR
– O Dnit promete a entrega do estudo sobre a ponte para outubro ou novembro. HA? uma expectativa de que a obra possa comeA�ar em 2012.

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