Trava no acordo

Feb 07 2010
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ZERO HORA
Coluna Página 10 – Rosanede Oliveira , 07/02/2010

Tudo parecia tão certo na aliança do PDT com o PMDB, que os trabalhistas começaram a preparar a transição na prefeitura de Porto Alegre, discutir a partilha de cargos em caso de vitória de José Fogaça e escolher as áreas em que gostariam de opinar na elaboração do plano de governo. Eis que no dia marcado para um almoço que deveria significar um passo adiante no acordo, o PMDB puxou o freio de mão. Por enquanto, o PMDB deixará o PDT em banho-maria. Ninguém nas hostes trabalhistas entendeu direito o que está por trás desse movimento.

O presidente do PDT, Romildo Bolzan Jr., informa que, por enquanto, a interlocução com Fogaça foi interrompida. O PDT pretendia formalizar o apoio ao prefeito somente em março, mas queria, desde já, garantir a vaga de vice e assegurar o apoio dele à ministra Dilma Rousseff.

Bolzan diz não ter entendido exatamente a estratégia do PMDB. Prefere pensar que Fogaça demonstrou um recuo para publicamente não fechar as portas a outros partidos, mas outros pedetistas acreditam em um sinal claro de que o PMDB pensa em ofertar a vice para o PTB. Fogaça e Simon disseram ter esperanças de atrair o PTB e o PSB de Beto Albuquerque.

Foi a defesa dessa aliança mais ampla, e a repetição de que o PDT leva vantagem porque vai herdar a prefeitura imediatamente, que disparou o alarme nos trabalhistas.

– Sentimos que estavam querendo nos descartar. Se Fogaça renunciar, a prefeitura será nossa de qualquer jeito. Fomos eleitos numa aliança. Não estão fazendo nenhum favor – diz o o presidente da Assembleia, Giovani Cherini.

Cotado para ser candidato a vice-governador, o deputado Pompeo de Mattos compara a situação do PDT à de um carro que demora para arrancar e, em vez de ir para a frente, retrocede:

– Estávamos andando em primeira marcha, lentamente. Imaginamos que naquele almoço no Copacabana engataríamos a segunda, ganharíamos velocidade e logo em seguida poderíamos colocar uma terceira. Em vez de acelerar, eles deram marcha a ré.

Os líderes do PMDB recuaram por entender que o PDT estava muito afoito, querendo tratar da divisão de cargos, e que precisava levar um susto.

– A gente dá um dedo e eles vão logo querendo o braço – diz um dos próceres do PMDB.

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