Decisão dos comunistas de apoiarem Dilma ao Planalto atinge bloco que apoiaria PSB no Estado
A oito meses das eleições, uma nova orientação do diretório nacional do PC do B aproxima o partido de uma coligação com o ministro Tarso Genro (Justiça), candidato petista ao governo do Estado. O cenário ameaça a candidatura do deputado federal Beto Albuquerque (PSB), que contava com os comunistas para se lançar como via alternativa na corrida ao Palácio Piratini.
Presidente nacional do PC do B, Renato Rabelo explica que a prioridade é apoiar a continuidade do projeto do PT na Presidência. Lula escolheu a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) como sua representante. A partir dessa premissa, Rabelo entende que, nas eleições estaduais, um único candidato a governador deve estar alinhado à candidatura nacional do PT. Conforme ele, “tudo ficaria mais didático para o povo”, que teria dificuldade em entender uma disputa entre políticos defendendo um mesmo concorrente à Presidência. No Rio Grande do Sul, Tarso é o representante do PT na disputa pelo Piratini.
– Essa história de dois palanques para o mesmo candidato a presidente é complexa. Respeitamos a candidatura de Tarso, também respeitamos a de Beto, mas por que não se unificam? – pergunta o comunista.
Líderes do PSB reconhecem como nula a hipótese de o PT abdicar de Tarso. Sem o apoio do PC do B, a implosão da candidatura de Beto seria iminente – já que o PP e o PPS flertam com a tentativa de reeleger a governadora Yeda Crusius (PSDB). Para ter uma chapa competitiva, Beto precisa de apoio de outras siglas.
Se o PSB lançar o deputado federal Ciro Gomes (CE) à Presidência, a aproximação da sigla com o PC do B no Estado permanecerá em xeque, uma vez que os comunistas dificilmente apoiariam um candidato a governador que não esteja ao lado de Dilma.
