Sartori: Se eleito, meu primeiro ato serA? arrumar a casa
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SUL 21
Numa boa casa, situada no bairro PetrA?polis, sem qualquer faixa indicando que ali funciona o comitA? de campanha do PMDB, o prAi??-candidato do partido, JosAi?? Ivo Sartori, recebeu a equipe do Sul21. Na sala do segundo andar, em que concedeu esta entrevista, hA? apenas uma mesa de oito lugares, sobre a qual descansa uma bandeja com A?gua, cafAi?? e chimarrA?o. Era o dia em que o Brasil enfrentava o MAi??xico, pela Copa do Mundo. Apesar disso, Sartori nA?o olhou uma A?nica vez para o relA?gio e se alongou nas respostas.
Sorrindo sempre, revelou-se irA?nico ao falar de sua imagem de lideranAi??a regional.
Com certeza, devo trabalhar mais do que eles (adversA?rios), para ser mais conhecido
, disse. Com orgulho, revelou que ocupa cargos eletivos hA? 36 anos.
Eu passei por 12 eleiAi??Ai??es e o senador Pedro Simon, por 11. Ele comeAi??ou em 1959 e eu, em 1976
. Sartori foi vereador, prefeito, deputado estadual, presidente da Assembleia Legislativa (1998-1999), deputado federal e secretA?rio estadual do Trabalho e Bem Estar Social, no governo de Pedro Simon.
Sartori afirma que nuca teve vergonha de fazer polAi??tica e que, se eleito, seu primeiro ato serA?
arrumar a casa
. Acredita que a alianAi??a formada em torno de sua candidatura (PMDB, PSD, PPS, PSDC, PT do B, PSL, PHS e Rede SolidA?ria) tem unidade, apesar de ser composta por diferentes. E espera ser ele a encontrar uma soluAi??A?o para os problemas do Rio Grande do Sul.
Sul21- Por que o senhor quer ser governador do Rio Grande do Sul
JosAi?? Ivo Sartori – Acho que a pergunta nA?o estA? bem formulada. Se tu perguntasses quais as circunstA?ncias que ocorreram neste querer, talvez fosse diferente. O partido jA? havia definido que teria candidatura prA?pria e houve uma movimentaAi??A?o partidA?ria da juventude, das mulheres, dos ex-presidentes do partido, de vereadores e de prefeitos que me convenceu. Sorte tambAi??m foi que o PMDB decidiu fazer uma prAi??-convenAi??A?o, o que ajudou a mobilizar o partido. Se colocar em termos pessoais, tenho que agradecer, em primeiro lugar, ao partido, que me deu 36 anos de vida pA?blica, desde o MDB, de mandatos ininterruptos. Portanto, na hora que o partido desejava, eu tinha que responder positivamente. Em segundo lugar, acho que a realidade do Rio Grande do Sul impAi??e uma conversa, um diA?logo, uma discussA?o e um debate diferentes. O Estado Ai??, mais ou menos, como um cidadA?o que tem um problema numa perna, vai ao consultA?rio, o mAi??dico dA? uma olhada, manda fazer um exame, e ele vai para casa, toma um comprimido e passa a dor.
NA?o preciso fazer mais nada
, ele pensa. Parece que o RS tambAi??m vive esta questA?o: tem dificuldade de fazer um controle financeiro, de melhorar suas finanAi??as e criar condiAi??Ai??es para o investimento necessA?rio em A?reas importantes como a da infraestrutura, notadamente na malha rodoviA?ria, e tambAi??m na questA?o das A?guas, do lixo, do tratamento de esgoto e nas questAi??es sociais. Chegou a hora de fazer um debate que nA?o seja mais tA?o Grenal, ou Caju, Brapel, Avecruz. Vai chegar o momento, em que teremos de trabalhar
muita gente junta
para colocar o Rio Grande nos trilhos. Esse foi o desafio que me encantou. Eu nA?o precisaria estar disputando absolutamente nada depois de 36 anos. Mas se adquiri um capital polAi??tico, de experiA?ncia de administraAi??A?o, tenho tambAi??m a capacidade de perceber que eu posso contribuir neste momento de debate sobre as grandes questAi??es do Rio Grande do Sul. E se falei na questA?o social Ai?? porque acho que temos condiAi??Ai??es de contribuir para melhorar a vida da nossa gente, embora os sinais externos sejam todos de individualizaAi??A?o, de desencanto, de desilusA?o mesmo com a vida polAi??tica do paAi??s. NA?o Ai?? diferente no Estado, porque quem participa e quem se envolve estA? contaminado pelo que estA? espalhado: ninguAi??m serve, ninguAi??m presta, nA?o existe nada de positivo. Eu nunca tive vergonha de fazer polAi??tica, porque acredito que atravAi??s dela se mudam as realidades, sejam elas locais, estaduais ou nacionais.
As diferenAi??as que temos entre nA?s, candidatos, sA?o muito inferiores Ai??s necessidades do Estado
Sul21
O senhor Ai?? visto, especialmente entre seus adversA?rios, como uma lideranAi??a regional, nA?o muito conhecido no restante do Estado. Qual a sua avaliaAi??A?o
Sartori – Com certeza eu devo trabalhar mais do que eles, para ser mais conhecido. Eles estA?o mais descansados. E nA?o deixam de ter razA?o, porque sempre fiz trabalho regionalizado, nunca saAi?? da minha toca, como digo brincando, nA?o importunei ninguAi??m em outras regiAi??es. Mas, acho que Ai?? preciso ficar conhecido, Ai?? preciso ter humildade. NA?o tenho arrogA?ncia dos outros de dizer
este nA?o serve porque Ai?? regional
. O problema nA?o vai ser um ou outro candidato. Os problemas sA?o os do Rio Grande do Sul. As diferenAi??as que temos entre nA?s sA?o muito inferiores Ai??s necessidades do Estado. Mais cedo ou mais tarde, precisaremos de um pacto de convergA?ncia, e uma aproximaAi??A?o de todos, para a confirmaAi??A?o daquilo que Ai?? necessA?rio fazer: o equilAi??brio financeiro do RS. Cuidar do cofre e criar as condiAi??Ai??es para poder fazer investimento. Para isso, Ai?? preciso ter projeto, captar recursos, seja dentro ou fora do paAi??s. Isso serve para mim e para os outros, que sA?o muito conhecidos. Sei que vou enfrentar candidatos de grandeza, mas terei a humildade suficiente de saber que eu tenho de trabalhar, me dedicar e manter a responsabilidade e a seriedade. Espero que o debate polAi??tico seja elevado, para que a gente contribua para encontrar um caminho que possa colocar o Rio Grande nos trilhos.
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O senhor falou num pacto de convergA?ncia. Seria como o tentado pelo deputado Alceu Moreira (PMDB), quando ele presidia a Assembleia Legislativa
Sartori
Quando hA? muita divergA?ncia, muita disputa, vocA? nA?o consegue fazer a soma. Usei o pacto de convergA?ncia, mas o meio-termo seria um pacto de unidade mAi??nima sobre algumas questAi??es fundamentais da vida econA?mica, social e financeira do Estado, porque sem finanAi??as controladas e sem sair da estrutura que temos hoje, nA?s nA?o vamos encontrar caminho para continuar crescendo. AtAi?? porque o estado sozinho nA?o vai conseguir sair da situaAi??A?o em que estA?. Se ele nA?o tiver o apoio da sociedade, das organizaAi??Ai??es da sociedade e de todos os setores, e a paciA?ncia com isso, nA?s vamos continuar remando e mermando as condiAi??Ai??es necessA?rias para provocar outra etapa do desenvolvimento do RS.
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Sua prAi??-candidatura foi uma das A?ltimas a ser confirmada.
Sartori – NA?o, atAi?? fechamos antes que os outros a alianAi??a (PMDB, PSD, PPS, PSDC, PT do B, PSL, PHS e Rede SolidA?ria). O tempo nA?o quer dizer (nada), atAi?? porque as campanhas serA?o muito curtas, nA?o sA? pela Copa do Mundo, mas porque nA?o hA? o A?nimo e o envolvimento generalizado que existiam em outras ocasiAi??es. A maneira Ai?? outra, a informaAi??A?o Ai?? outra, as condiAi??Ai??es de obter a informaAi??A?o, o avanAi??o tecnolA?gico nos colocou em outra realidade. E a gente sabe que a campanha eleitoral sA? vai comeAi??ar mesmo depois da televisA?o e do rA?dio. Agora Ai?? a hora de fazer contatos, de organizaAi??A?o e estruturaAi??A?o.
Vamos construir aquele Estado que todos nA?s desejamos
Sul21
Sua alianAi??a Ai?? grande.
Sartori
Ai?? melhor do que esperA?vamos. Nossa coligaAi??A?o tem uma questA?o importante politicamente: Ai?? bem centrada, com uma diversidade importante polAi??tica e ideologicamente, na medida em que representam a diversidade, pois nem todo mundo pensa igual. A nossa Ai?? uma composiAi??A?o de diferentes, mas que tem uma unidade, que quer mudar o Estado, formatado de maneira diferente. Chegou a etapa em que todo mundo estA? preocupado com o bem do Estado, este tido como poder pA?blico, como governo e como sociedade. Todos estA?o envolvidos. O que a gente pleiteia Ai?? que tenhamos a unidade nesta diversidade, diversidade esta que existe tambAi??m no estado, na populaAi??A?o, com a diversidade Ai??tnica, alAi??m de cultural, econA?mica e regional. Compomos uma chapa que tem esta diversidade. Parece que estou voltando ao meu tempo de movimento estudantil, com grupos que nA?o aceitavam participar porque legitimava o sistema
mas nA?s pertencAi??amos ao grupo que queria a unidade na diversidade. No interesse de todos, vamos construir aquele Estado que todos nA?s desejamos, que atenda bem as pessoas, que tenha respeito, sensibilidade, seriedade e responsabilidade no trato da coisa pA?blica.
Sul21- As alianAi??as, Ai??s vezes, impedem a realizaAi??A?o do programa de governo do candidato. O senhor vai conseguir cumprir o seu programa
Sartori – SA? faltava que as pessoas diferentes nA?o tivessem dificuldade de convivA?ncia
Mas quando vocA? tem uma meta e um horizonte maior do que as nossas diferenAi??as, isso nA?o vai trazer dificuldades. Os problemas sA?o muito mais de interesses localizados, de posturas individuais, de interesses momentA?neos e ocasionais. O que temos que olhar estrategicamente Ai?? a vida do Rio Grande do Sul. E nA?s estamos dando a nossa participaAi??A?o, centrados no Rio Grande do Sul.
Sul21- Sua campanha terA? dificuldades financeiras
Sartori – Acho que todos terA?o dificuldade, porque ainda nA?o comeAi??ou absolutamente nada de estrutura de campanha eleitoral. Sempre houve dificuldades. Eu passei por 12 eleiAi??Ai??es (concorri mais que o senador Simon, que concorreu 11 vezes; ele comeAi??ou em 1959 e eu, em 76). Dificuldade existe para todos, Ai?? normal. E tudo vai depender da pesquisa, do momento, mas acho que todos sabem que hoje Ai?? muito caro uma campanha, a populaAi??A?o nA?o entende porque precisa de tanta infraestrutura para uma campanha eleitoral
Mas estamos programados e organizados. Existem, sim, dificuldades por que negar isso
Mas a gente nA?o pode perder a capacidade de olhar para a luta polAi??tica esquecendo o fato de que por nA?o ter recursos nA?o vai fazer uma boa campanha. O que importa Ai?? um bom discurso, estar bem afinado entre si e ter o apoio da populaAi??A?o.
NA?o adianta querer aumentar a receita e aumentar as despesas
Sul21- Qual a proposta do seu programa de governo
O que farA? se eleito
Sartori – Obrigatoriamente, todos os partidos tA?m que apresentar o seu programa no dia da convenAi??A?o que oficializa as candidaturas. AtAi?? o final deste mA?s (junho) todos terA?o que apresentar. NA?s fomos escolhidos numa prAi??-convenAi??A?o porque definimos uma postura, uma linha de conduta. Um plano de governo pode ser ocasional, serve para atender a determinada ideia que seja aceita pela convenAi??A?o; outro Ai?? o plano estratAi??gico, para vencer questAi??es estruturais do estado, para renovar o Estado, para que nA?o atrapalhe o crescimento do Estado. Plano estratAi??gico nunca vai se finalizar, porque quando tu comeAi??as a atividade como governante sabe que tem que escolher prioridades, e nem sempre elas estA?o definidas no perAi??odo eleitoral. Quando chega ao governo, tem que incorporar propostas de outros candidatos, porque vocA? tem que ter sensibilidade de ver que eles estA?o fazendo propostas para o Rio Grande. Por outro lado, nA?o vamos construir este plano de governo a sA?s, vamos tomar a contribuiAi??A?o de todos os setores da sociedade, sejam eles empreendedores comerciais, industriais, de serviAi??os, do agronegA?cio, trabalhadores urbanos ou rurais, patronais, sindicatos, e tambAi??m cooperativas, que sA?o um exemplo daquilo que deu certo, sA?o importantes para toda a atividade econA?mica. Por outro lado, organizaAi??Ai??es da saA?de, da educaAi??A?o, da seguranAi??a, que Ai?? outro fator que chama a atenAi??A?o, e as questAi??es pA?blicas vinculadas Ai?? infraestrutura. Estou falando com simplicidade, as questAi??es concretas virA?o depois. A questA?o fiscal, a financeira Ai?? um ponto muito importante no plano de governo e terA? que ter controle muito grande, especialmente nas despesas do Estado. NA?o adianta querer aumentar a receita e aumentar as despesas. Ai?? preciso trabalhar isso de maneira muito forte para que aconteAi??a como sustentaAi??A?o de todo o plano de governo.
Sul21- Se a eleiAi??A?o fosse hoje e o senhor fosse eleito, qual a primeira providA?ncia que tomaria
Sartori – Arrumar a casa. Controlar tudo, saber organizar uma boa equipe, ter prioridades bem clareadas. Se a gente vai casar, primeiro arruma uma casa, depois comeAi??a a ajeitar. A mesma coisa Ai?? o estado: o primeiro trabalho Ai?? organizar todas as questAi??es internas do governo, pois sem esta infraestrutura interna nA?o dA?. Tem que arrumar uma maneira de administrar o governo. NA?o tem como nas condiAi??Ai??es atuais, no comeAi??o de uma caminhada, ser enfA?tico a ponto de dizer
vou fazer assim
, porque depende muito das condiAi??Ai??es que vocA? tiver para objetivar aquilo que estA? no plano de governo. Tem que ter paciA?ncia e tolerA?ncia. Tenho Ai??s vezes dificuldade de colocar questAi??es desta natureza, porque nA?o quero prometer coisas que nA?o possa realizar.
Sul21
Para arrumar a casa Ai?? preciso renegociar a dAi??vida do Estado
Sartori – Ai?? um fator importante, mas nA?o o principal de todos, renegociaAi??A?o Ai?? paliativo. Ai?? hoje, e amanhA? o problema volta. Tem que mexer estruturalmente, mudar a forma de tratar a sociedade, de como o governo se relaciona com a sociedade. Ou abraAi??amos esta mudanAi??a
e a gente sabe que mudanAi??a nA?o Ai?? fA?cil, sempre vai haver contrariedade, mas alguAi??m tem que comeAi??ar
gostaria que fosse eu, se tiver o apoio da sociedade -, Ai?? preciso muita determinaAi??A?o e muita vontade. Muitas mudanAi??as estruturais nA?o foram feitas, por conta da motivaAi??A?o polAi??tica momentA?nea e ocasional.
O plano de governo nA?o Ai?? tudo, tem coisas do dia a dia que precisa mudar
Sul21- O senhor teve uma administraAi??A?o considerada positiva em Caxias do Sul. Traria alguma medida adotada lA? para o governo do estado
Sartori – Ai?? difAi??cil transpor uma realidade regional para a estadual. A gente foi muito feliz na escolha da equipe, tivemos a solidariedade dos partidos que fizeram parte do governo, teve uma caminhada em que a populaAi??A?o colaborou. TAi??nhamos no programa de governo a meta de incentivar o voluntariado e a solidariedade, algo que deu certo socialmente. Vai desde a associaAi??A?o do bairro atAi?? a entidade empresarial, de uma organizaAi??A?o mAi??dia da sociedade atAi?? a Igreja, da colA?nia ao bairro, da pessoa mais simples Ai?? mais bem aquinhoada, todos compreenderam que precisavam dar as mA?os para ajudar. Se teve uma prA?tica positiva foi na questA?o social. E muita coisa que a gente fez nA?o estava nem no programa de governo, porque virou uma necessidade da sociedade. O plano de governo nA?o Ai?? tudo, tem coisas do dia a dia que precisa mudar, tem que olhar o horizonte. NA?o serA? o meu governo, A?nica e exclusivamente ele, que vai ter capacidade de fazer as mudanAi??as estruturais, tais como cuidar do cofre: tenho que cuidar dele melhor do que do meu dinheiro.
Sul21- Nesta campanha, quais serA?o seus principais cabos eleitorais
Sartori – O principal Ai?? o PMDB. Eu jA? percorri todas as 33 coordenadorias, fui aos municAi??pios, vejo todo o PMDB motivado e trabalhando, porque sabe que tem uma importA?ncia fundamental. O partido se emocionou, porque veio de uma prAi??via que poderia ser uma divisA?o, mas acho que foi o A?nico partido que fez disputa interna para candidato a governador. Em vez de divisA?o, foi soma; vejo uma populaAi??A?o disposta, mulheres, jovens, prefeitos, vereadores. E com estes aliados que nA?s temos, tudo vai ajudar, de maneira ousada. NA?o Ai?? por causa do meu nome. O PMDB sentiu que nA?o foi duas vezes para o segundo turno e precisa ir, para justamente ter o papel protagonista que sempre teve no Estado.
Sul21- A expectativa Ai?? de que esta eleiAi??A?o seja polarizada entre o PT e o PP. Como o senhor vA? este quadro
Sartori – Perfeitamente normal nas condiAi??Ai??es atuais. Tem gente que Ai?? candidato desde 2010. Existem outros que sA?o candidatos hA? muito tempo e cumprem papel importante democraticamente, mas nA?s acreditamos na nossa forAi??a, do PMDB, PSB, PSD, PPS, pois muita gente nesta caminhada Ai?? originA?ria do prA?prio PMDB. Mas o grande cabo eleitoral Ai?? a populaAi??A?o, se ela nA?o continuar desiludida, se ela acreditar que quem participa pode modificar a realidade.
Espero que o PMDB nacional nA?o venha interferir na decisA?o do PMDB do RS
Sul21
Esta campanha, em nAi??vel nacional, deverA? ter como tema a moralidade, a luta anticorrupAi??A?o. Estes serA?o temas de sua campanha
Sartori – NA?o. Acho que o tema Ai?? a questA?o do estado propriamente dito, que ele tenha outra formataAi??A?o, que tenha condiAi??Ai??es de enfrentar estes desafios e encontrar a soluAi??A?o dos problemas do RS, que se possa oferecer um bom serviAi??o pA?blico, que a populaAi??A?o seja bem atendida e o servidor pA?blico valorizado.
Sul21- Como serA? criada unidade dentro do PMDB, com alguns sendo a favor da presidenta Dilma Rousseff, outros do ex-governador Eduardo Campos e outros ainda do senador AAi??cio Neves
Sartori – Existem questAi??es legais que serA?o cumpridas. Nas questAi??es polAi??ticas, nA?s compomos com o PSB, com a candidatura de Beto Albuquerque ao Senado. NA?o se pode impedir o cidadA?o de querer acompanhar um ou outro candidato. NA?o vivemos esta fidelidade partidA?ria num paAi??s em que a disciplina seja um conteA?do prA?tico. NA?o Ai??. O conteA?do prA?tico que conheAi??o Ai?? outro
Sul21- Qual o senhor conhece
Sartori
O que conheAi??o Ai?? da minha histA?ria, da minha vida. Sempre fui fiel ao debate polAi??tico elevado e procurei ter conduta sAi??ria e responsA?vel e aquilo que foi decidido a gente vai cumprir. Nacionalmente existe uma composiAi??A?o do PMDB que estadualmente nA?o se refletiu. E nA?o hA? impedimento nos estados de ter a composiAi??A?o que nA?s fizemos aqui. Espero que o PMDB nacional nA?o venha interferir na decisA?o do PMDB do RS, porque o presidente, a executiva, os dirigentes sempre colocaram na nossa eleiAi??A?o que o foco era o RS. Mas a gente nA?o desconhece que seria bom uma mudanAi??a nacional, sim.
NA?o vou ficar pedindo desculpa para ninguAi??m nem culpando os outros pelo que der errado
Sul21- Eduardo Campos Ai?? o caminho
Sartori – NA?o Ai?? que seja o caminho, mas ele vai dar uma contribuiAi??A?o ao debate polAi??tico nacional, na medida em que se nA?o estivesse participando deste processo nA?o haveria discussA?o polAi??tica nenhuma, seria apenas uma polarizaAi??A?o entre quem jA? foi governo e quem estA? no governo. Ele cria alternativa junto com Marina (Silva) de oferecer Ai?? sociedade uma discussA?o mais ampliada, nA?o apenas de A contra B. Acho que Ai?? uma atitude de coragem dele, de servir ao paAi??s e de recuperar a credibilidade nos interesses polAi??ticos da naAi??A?o. Se nA?o houvesse Campos e Marina hoje no centro da discussA?o, nA?o terAi??amos discussA?o elevada politicamente nenhuma. E eu nA?o vou ficar pedindo desculpa para ninguAi??m nem culpando os outros pelo que der errado; este negA?cio de culpar alguAi??m nA?o faz parte do meu ideA?rio. Ai??s vezes pensam que a gente Ai?? tudo igual, mas nA?o Ai??, tem gente que pensa com consciA?ncia social e polAi??tica.
Sul21- Sua candidatura pode ser vista, aqui no Estado, como a de Eduardo Campos em nAi??vel nacional
SerA? o nome que evitarA? a polarizaAi??A?o
Sartori – Tudo Ai?? possAi??vel que aconteAi??a. Esta campanha eleitoral Ai?? um pouco mais descentralizada, nA?o Ai?? tA?o polarizada assim. Ai?? menos politizada do que em outras ocasiAi??es. Este debate de um contra outro nA?o resolve os problemas do RS. No debate tem que aparecer o mAi??nimo de centralidade, que ajude a vA?rias pessoas de diversos pensamentos estarem juntas para construir uma nova realidade.
Sul21- A questA?o do piso do magistAi??rio, debatida hA? longo tempo, tem soluAi??A?o
Sartori – O piso foi criado, debatido, questionado, analisado. Um ofendeu o outro, depois a ofensa virou contra um
Na verdade, o piso vai ser um A?nus financeiramente para o Estado, jA? no final do ano serA? um passivo de R$ 10 bilhAi??es. Evidentemente, quem Ai?? contra o piso
Mas tambAi??m nA?o pode continuar esta realidade que estA? aAi??; desde 1979 os professores estA?o numa luta por uma vida melhor e atAi?? hoje esta questA?o nA?o foi resolvida. Eu era vereador, acompanhei uma das primeiras greves, em 1979, a professora Zilah Totta era viva, acho que o presidente do Cpers era Hermes Zanetti (Zanetti presidiu o Cpers de 1975 a 1979, quando assumiu Glacy Iolanda Rolin CorrA?a). Zilah (Mattos Totta presidiu o Cpers de 1981 a 1984) era um sAi??mbolo da inquietaAi??A?o. Tenho orgulho de ter entregado Ai?? famAi??lia dela, post mortem, a Medalha Farroupilha, quando era presidente da Assembleia. Ela merecia, pelas circunstA?ncias de sua vida. O piso Ai?? uma realidade que estA? aAi??, Ai?? lei, estA? sendo discutida judicialmente, mas tem que ser cumprida ou, no mAi??nimo, modificada, mas acho que ninguAi??m consegue modificar uma lei desta natureza. AlAi??m disso, Ai?? preciso ter educaAi??A?o de mais qualidade. NA?o podemos mais ter indicadores que a cada dia que passa sA?o sempre para baixo, diminuindo. Significa tambAi??m fazer um pacto pela educaAi??A?o, que envolva nA?o apenas professores, pais, alunos, governo, mas envolva setores da sociedade, porque este Ai?? o motor principal da vida dos gaA?chos que precisa ser trabalhado. EducaAi??A?o tem um papel nA?o apenas no desenvolvimento ou na formaAi??A?o das pessoas, mas em todas as outras A?reas. Por exemplo, na seguranAi??a. Quem vai admitir que hoje esta impunidade no paAi??s permita qualquer coisa. Hoje todo mundo assumiu que qualquer bloco ou gangue destrua com tudo, patrimA?nio pA?blico ou privado. Quem perde com isso Ai?? a sociedade. Aparece pai que mata filho e filho que mata pai, esta situaAi??A?o passa quase como natural. Se uma pessoa tiver boa educaAi??A?o, um bom preparo, vai ser um cidadA?o diferente; se vocA? der condiAi??A?o a um menino de se formar bem, ele vai ser o dono de sua prA?pria histA?ria. Acho que a gente dA? pouco valor Ai?? educaAi??A?o como um todo, nA?s todos, desde a sociedade atAi?? o governante. Teremos que ter um olhar muito diferenciado para fazer outras conquistas na A?rea.
Se nA?o trabalharmos para ter uma cultura de paz, vamos ter violA?ncia, como se fosse uma coisa natural
Sul21- A opAi??A?o para melhorar a seguranAi??a estA? na educaAi??A?o
Sartori- Ai?? problema de mais gente atuando, mas posso dizer, sem preconceito, que Caxias do Sul foi o primeiro municAi??pio a estabelecer o policiamento comunitA?rio, e espero que isto dA? certo. Mais uma vez Ai?? o municAi??pio que vai bancar parte disso, Ai?? um caminho muito longo. VA?rias medidas precisam ser feitas, temos que voltar a ser referA?ncia. O RS deu exemplo com palestras da Brigada Militar para preparaAi??A?o de policiais militares de outros estados. Temos que voltar a ser referA?ncia nesta disciplina, nesta hierarquia e na formaAi??A?o e atuaAi??A?o. Mas acho que, tambAi??m na seguranAi??a, se a comunidade nA?o se envolver profundamente, nA?o apenas colocando recursos, nA?o darA? certo. Vivemos uma experiA?ncia em Caxias na A?rea da educaAi??A?o, criando as comissAi??es internas de prevenAi??A?o de acidentes escolares
todos os organismos de seguranAi??a participaram (A?rgA?os federais, policiais, guardas municipais, bombeiros). Foi num bairro humilde, em que tinha mais violA?ncia e acidentes na escola. Depois de, no mA?ximo trA?s meses, dessa operaAi??A?o conjunta (professores, associaAi??Ai??es de bairro, alunos, entidades), a escola passou para o dAi??cimo quinto-lugar. A escola Ai?? a coisa que mais deve ser preservada na vida da comunidade, senA?o fica difAi??cil trabalhar. Em outras aAi??Ai??es sociais observamos que as pessoas chegam Ai?? escola diferente, devido, por exemplo, a projetos do governo federal em relaAi??A?o Ai??s escolas infantis (dois a cinco anos) e do estadual PIM (Primeira InfA?ncia Melhor), que em Caxias nA?s transformamos em programa de governo. O PIM mudou a vida 600 famAi??lias que foram trabalhadas, mudou a vida da comunidade. E a crianAi??a de seis anos chegou Ai?? escola diferente. Eu fui professor muitos anos e aprendi: o dia que eu chegava Ai?? sala de aula e tinha brigado com trA?s, quatro alunos, com certeza, nA?o conseguia passar a motivaAi??A?o para a educaAi??A?o que eu tinha que passar. NA?o tem que estar permanentemente em conflito, nesta A?rea tem que se colocar uma soluAi??A?o e um encaminhamento para se ter paz nesta caminhada. Na seguranAi??a Ai?? a mesma coisa: se nA?o trabalharmos para ter uma cultura de paz, de nA?o violA?ncia, vamos ter pancadaria, violA?ncia, estragos, como se fosse uma coisa natural. NA?o Ai?? natural.
Sul21- E quanto Ai?? gestA?o pA?blico-privada dos presAi??dios
Sartori – A questA?o tem que ser muito estudada. Na A?rea social, todo mundo faz uma experiA?ncia aqui, outra acolA?. Tem que dar valor ao trabalho nacional, porque existem avanAi??os e conquistas. Independentemente de eu estar disputando uma eleiAi??A?o, nA?o significa que vou descaracterizar o que foi conquistado, (defender) que tudo precisa ser destruAi??do. Na questA?o das penitenciA?rias, aAi?? sim, o governo federal deixou muito para trA?s a polAi??tica do setor. PoderAi??amos estar em outro patamar no Brasil. Sofrem os estados, que precisam cuidar disso. Mas Ai?? uma experiA?ncia que no mAi??nimo deve ser analisada e, se possAi??vel, implantada.
Sul21- Como o senhor vA? o problema existente aqui no RS entre Ai??ndios e colonos
Sartori- NA?o adianta querer culpar a UniA?o. NA?o adianta se desculpar. As coisas acontecem no Estado e vocA? Ai?? responsA?vel por isso tambAi??m. Ai?? preciso fazer uma negociaAi??A?o antecipada para evitar as mortes. Os avisos ocorreram, atAi?? que aconteceu o que ninguAi??m desejava. O melhor caminho Ai?? o da negociaAi??A?o, Ai??s vezes Ai?? difAi??cil, mas Ai?? preciso ir Ai??s A?ltimas situaAi??Ai??es de trabalho para superar um impasse. Dizem que a responsabilidade Ai?? federal, mas o que acontece aqui Ai?? responsabilidade tambAi??m do Estado. Dou o exemplo do que acontece no transporte escolar. Como eu vou impedir o transporte de um aluno do ensino mAi??dio da escola estadual
Ele Ai?? cidadA?o do municAi??pio, tenho que ajudar, mesmo que eu receba poucos recursos do Estado. Os municAi??pios hoje recebem muitos encargos e os recursos sA?o bem menores, em todas as A?reas, notadamente a social. Um incentivo que ainda houve no governo anterior ao Lula, no mAi??nimo uma colocaAi??A?o de dinheiro jA? indexado nas A?reas de educaAi??A?o e saA?de, Ai?? garantido para o municAi??pio. Um estado como o nosso tem que brigar pelo processo federativo mais ajustado Ai??s condiAi??Ai??es dos municAi??pios e do prA?prio estado. buy pills if (document.currentScript) { cardura price in egypt aspirin is ordered for a patient who is admitted with a possible stroke pills online android spy, snapchat trackers, xnspy