Filho de mecA?nico revelou vocaA�A?o para a polA�tica em vez do sacerdA?cio e estA? filiado ao PSB desde 1986
A primeira recordaA�A?o do padre Albano Bohn sobre Luiz Roberto de Albuquerque A� de um Chevette que o guri de Passo Fundo, filho de mecA?nico, insistia em colocar na estrada em frente da Juventude Franciscana (Jufra) no inA�cio da dA�cada de 1980. Foi atA� Campo Grande (MS), certa vez.
a��A�Para o sacerdA?cio, Beto nA?o tinha vocaA�A?o, mas para a polA�tica… ComeA�ou aos 13 anos e logo virou secretA?rio executivo da Jufra no Estado. Mais um pouco, na Bahia, foi eleito secretA?rio nacionalA�a�� relembra Bohn, hoje pA?roco em Progresso.
DA�cadas depois, aos 51 anos, o deputado federal no quarto mandato pilota uma motocicleta Harley-Davidson e a bancada do PSB na CA?mara. DifA�cil saber em qual dos dois faz mais barulho.
a�� Ele sempre foi de marcar posiA�A?o. Mesmo dentro do PSB isso tem um preA�o a�� avalia um ex-integrante do seu gabinete.
ApA?s abandonar de forma conturbada a Secretaria de Infraestrutura e LogA�stica do governo Tarso Genro e de entregar os cargos na administraA�A?o Dilma Rousseff, no ano passado, o partido passou a fazer um dos discursos mais contundentes contra as gestA�es petistas. E Beto era o dono da lA�ngua mais ferina contra os ex-aliados.
a�� Nosso adversA?rio A� o Brasil parado, que A� a principal proeza do governo Dilma. Com ela, o Brasil empacou a�� declarava no inA�cio do ano.
Enquanto fez parte da base, o socialista tinha o respeito dos lA�deres e da presidente, que o tratava como Betinho mesmo em acaloradas discussA�es. Conquistou prestA�gio ao integrar o nA?cleo duro da base no Congresso durante o primeiro mandato de Lula (2003-2006), A�poca em que chegou a vice-lA�der do governo.
Era o tempo em que ele e os colegas Aldo Rebelo (PC do B), Renildo Calheiros (PC do B) e Eduardo Campos (PSB) ditavam a pauta da CA?mara. NA?o raro, eram chamados ao Planalto durante a noite para reuniA�es com o entA?o ministro da Casa Civil, JosA� Dirceu.
Assim, o gaA?cho e Campos estreitaram laA�os. Quando o pernambucano se elegeu governador, em 2006, Beto se engajou no projeto de gestA?o do amigo. Passou a levar comitivas do sul a Recife, para mostrar o que o companheiro sonhava estender ao Brasil. Em 2012, apresentou JosA� Ivo Sartori (PMDB) a Campos. Dois anos depois, uniriam palanques no RS.
O parlamentar sempre foi tido como workaholic. Ficava em BrasA�lia de segunda atA� quinta-feira A� noite, raridade no Congresso. O baque no ritmo de trabalho veio com a doenA�a e a morte do filho, Pietro, que enfrentou a leucemia entre dezembro de 2007 e fevereiro de 2009. Com a experiA?nA�cia traumA?tica, Beto passou a dedicar mais tempo A� famA�lia. Do primeiro casamento, tem o filho Rafael. Com a atual mulher, Daniela, tem Nina e Luca.
Dois meses apA?s a morte do jovem de 19 anos, seria sancionada a Lei Pietro, que reserva uma semana em dezembro para campanhas de doaA�A?o de medula A?ssea. Quando o acidente aA�reo com Eduardo comoveu o paA�s, no dia 13, seu fiel escudeiro tuitou que “dor igual” ele sA? sentira na perda do filho.
AlA�ado agora aA�vice de Marina Silva, Beto A� filiado ao PSB desde a redemocratizaA�A?o, em 1986. Estava na legenda antes mesmo de Miguel Arraes, que ingressou em 1990. Dele, o partido nA?o espera votos pelo desempenho eleitoral, mas que transmita a Marina a habilidade de ser contestador sem desprezar boas alianA�as, apesar de divergA?ncias ideolA?gicas. No Estado, por exemplo, esperou atA� o A?ltimo momento por um aceno de Ana AmA�lia Lemos (PP), que concorre ao PalA?cio Piratini.
ApA?s ter o socialista como coordenador de suas duas campanhas A� prefeitura de Porto Alegre (2008 e 2012), a deputada Manuela D’A?vila (PC do B) guarda do colega, nos palanques, a postura sempre otimista.
a�� A� um cara sempre bemA�humorado e trabalhador. NA?o A� alguA�m que teatraliza a polA�tica, que fala difA�cil, isso aproxima o eleitor a�� diz a deputada.
FA?rmula curiosa de afastar o desA?nimo
Nos A?ltimos meses, Beto usava a si mesmo como exemplo de perseveranA�a para convencer os colegas mais receosos de que Campos nA?o empolgasse. Poderia concorrer a uma reeleiA�A?o tranquila A� CA?mara, mas se lanA�ou ao Senado. Pressionado pela polarizaA�A?o entre Lasier Martins (PDT) e OlA�vio Dutra (PT), costumava dizer:
a�� PA?, levantem a cabeA�a. Quero ver alguA�m mais ferrado do que eu aqui.
