Yeda fica de fora do debate nacional
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ZERO HORA – PORTO ALEGRE
Sexta-feira – um dia após o governador fluminense Sérgio Cabral (PMDB) ir às lágrimas por conta da briga pelos royalties do petróleo –, o senador Sérgio Zambiasi (PTB) e o deputado federal Marco Maia (PT) se encontraram em um posto de combustíveis, em Canoas, enquanto abasteciam seus carros. O petista aproveitou a coincidência e fez uma sugestão ao colega, cujo partido é aliado da governadora Yeda Crusius (PSDB):
– Zambiasi, fala com a governadora. Está na hora de ela entrar neste debate. Não dá para o Rio ficar sozinho dizendo que será prejudicado.
O senador concordou. Ele acha que o Estado tem de reagir. Se no Rio Cabral é a maior voz na briga pelos royalties do petróleo, no Rio Grande do Sul Yeda mantém uma postura discreta. Uma das principais manifestações da tucana sobre o tema ocorreu em outubro passado, em uma reunião com deputados federais marcada pelo então coordenador da bancada gaúcha, Beto Albuquerque (PSB). Na oportunidade, Yeda defendeu a distribuição dos resultados da produção do pré-sal a todos os Estados. Dias antes, promovera um encontro sobre o tema no Piratini, também com os federais gaúchos.
– Acho que Yeda foi surpreendida por essa reação do Cabral. Não imaginava – diz Zambiasi.
Nos bastidores políticos, porém, há outras interpretações para o resguardo da governadora. Entre os adversários, há quem acredite que Yeda procurou não criar problemas para o governador paulista José Serra (PSDB), pré-candidato à Presidência. Apesar de São Paulo também correr risco de ver sua receita de royalties reduzida, o tucano não faz manifestações como as de Cabral. O comportamento de Serra seria calculado para não gerar rejeições ao seu nome no resto do país. Mas há outras explicações:
– Yeda teve tantos problemas que talvez esteja com poucas condições de liderar um debate nacional – pondera um deputado.
De fato, a governadora resistiu até em participar da reunião em outubro em Brasília. Só aceitou o convite após Beto assegurar que a distribuição de royalties seria o tema exclusivo da pauta. Por conta dos embates e das denúncias da oposição, Yeda temia virar o alvo do encontro.
O secretário de Infraestrutura, Daniel Andrade, discorda das interpretações e diz que o governo teve um papel atuante. Ressalta que ele próprio recebeu duas vezes o deputado federal Ibsen Pinheiro (PMDB), autor da emenda que desagradou a Cabral, para discutir alternativas. Questionado sobre a discrição de Yeda e de Serra, Andrade preferiu atacar o governador do Rio:
– Cabral está fazendo teatro. O Rio Grande do Sul está sendo beneficiado. Quem está esperneando é quem acha que terá algum prejuízo.
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