Pronunciamento em homenagem ao centenário do Sport Clube Internacional

Apr 06 2009
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[06/04/2009]

Sr. Presidente, companheiro colorado Deputado Vieira da Cunha, proponente desta sessão solene ao lado dos Deputados Onyx Lorenzoni e Pompeo de Mattos, saúdo os colorados e coloradas do Brasil aqui presentes ou acompanhando esta sessão pela TV Câmara; o caro amigo Presidente do Sport Club Internacional, Vitorio Piffero, em nome de quem saúdo toda a direção do clube, todos os seus conselheiros, todos os seus funcionários, desde o mais humilde, que fazem a grandiosidade desse nosso clube, todos os atletas, de hoje e de outrora, que construíram com o suor de suas camisas, com a paixão, que é uma marca colorada, tantas vitórias e inscreveram na história do mundo a história do Sport Club Internacional. Também saúdo os meus caros Mário Sérgio, Luiz Antonio Lopes e Perciano Bertolucci; Matheus Ferrão, representante do Consulado de Brasília; Dr. Cláudio Bonatto; João Luiz, que, além de colorado, é Assessor Especial do Ministério do Esporte, do nosso Ministro Orlando Silva, que em boa hora foi à festa do Colorado no sábado dizer que se algum clube tem dificuldade em compreender como é que se chega, antes de tudo, a sediar a Copa do Mundo que será realizada no Brasil daqui a alguns anos vá ao Beira-Rio e aprenda com a organização do Sport Club Internacional. (Palmas.)

Essas palavras não foram jogadas ao vento pelo Ministro Orlando Silva, elas são, na verdade, o reconhecimento e o testemunho de que um clube não chega como um guri aos 100 anos sem organização, sem a fidelidade da sua torcida, sem conquistas, sem paixão. Nada é possível fazer num século se não houver o ingrediente da paixão, da organização, do profissionalismo na construção de um grande clube de mulheres e homens, como é o Sport Club Internacional.

Dizia-me ao ouvido um colorado — nem vi quem era — que estamos hoje, Piffero, comemorando os 100 anos do Inter, mas que já em 1989 vencemos o Gre-Nal do século. Veja que as conquistas aconteceram antecipadamente, 20 anos atrás, quando, com um homem a menos — o Casimiro expulso — , vencemos por 2 a 1. Aquele foi o Gre-Nal do século! Imaginem o que não significa para nós, depois de vencer o Gre-Nal do século, comemorar os 100 anos.

Eu diria que o nosso clube nos orgulha por demais porque não é apenas um clube de futebol. Somos um clube de inclusão social, um clube de liberdade, um clube de princípios democráticos, um clube aberto, que mobiliza a sua torcida e a sua estrutura não apenas para as 4 linhas de um campo de futebol. Somos um clube que atua de coração aberto em várias fronteiras sociais.

O Internacional é hoje, Luiz Antonio, um dos poucos clubes do mundo, ouso dizer, que tem um foco social intenso, com muitos projetos, como os mostrados no vídeo institucional, o Saci Colorado e o Genoma. Nossa Fundação é pioneira no mundo e faz um trabalho que tem dado valorosos frutos em Porto Alegre na área de inclusão social, em parceria com a Prefeitura Municipal. Recentemente, a Prefeitura, por intermédio da Câmara de Vereadores, fez a cedência da área ao lado do Beira-Rio para ali construirmos um grande estacionamento. Mas não o fez de graça: condicionou a cessão a mantermos nossa política de inclusão social de crianças da periferia de Porto Alegre e da região metropolitana.

Isso mostra que estamos muito além de outros clubes, mostra que temos um olhar muito além das 4 linhas de um campo de futebol. Somos uma nação colorada, somos a unidade de homens e mulheres que sabem o que querem para o seu País e, especialmente, para o nosso Rio Grande do Sul.

Estamos preparados, como eu disse, para assediar a Copa do Mundo. Pensamos antes no que temos de fazer.

Sr. Presidente, serei porta-voz do meu clube — aliás, muito me orgulho de ocupar uma das assessorias especiais da Presidência do Clube. Neste momento em que nos preparamos para a Copa do Mundo, eu sei que a maioria dos estádios de futebol que sediarão a Copa terão de ser construídos com dinheiro público. Não vejo senões nisso, essa é a decisão de um país que sabe que a Copa trará investimentos, emancipará a sociedade, dará à sociedade brasileira, em diferentes cidades, benfeitorias necessárias não apenas para a Copa, mas para vida diária: em transporte, em infraestrutura e assim por diante.

Digo isso porque o nosso Internacional, com dinheiro próprio, dos seus associados, deixará o gigante estádio do Beira-Rio em condições de receber os jogos da Copa, prova da sua grandiosidade. E eu não acho justo, faço questão de registrar nesta tribuna, que aos clubes brasileiros que usarem seus próprios recursos na construção ou modernização de estádios para a Copa do Mundo não seja dado o direito de abater esse investimento nas dívidas consolidadas da Timemania. (Palmas.) Não é justo que clubes que não se organizaram, que não se mobilizaram, que vão depender 100% de recursos públicos para estar aptos a sediar a Copa do Mundo tenham o beneplácito público para a construção do seu estádio, e aqueles que se organizaram, que mobilizaram seus sócios e modernizaram seus estádios, como é o caso do Sport Club Internacional, simplesmente não tenham nenhuma contrapartida. Queremos apenas isso. Essa é a proposta que registro nesta sessão solene, afinal, aqui também temos de fazer política — estamos na Casa do povo brasileiro, a Câmara dos Deputados. Há de se dar aos clubes que investirem recursos próprios o direito de abater esse investimento na sua dívida, para que possam continuar prosperando e crescendo cada vez mais.

Deputado Vieira da Cunha, como é bom ser colorado! Seguramente, meu pai está assistindo a esta sessão lá em Passo Fundo, pela TV Câmara. Que bom que meu pai me fez colorado! Que bom que eu posso também fazer meus filhos colorados!

Infelizmente, não vivo um momento de plena alegria, Presidente Piffero, pois não posso comemorar o centenário com um dos meus guris, o Pietro, que há 60 dias, infelizmente, nos deixou. Mas ontem, naquele Gre-Nal, eu senti que ele estava lá comigo, vibrando, como sempre esteve em tantos jogos e tantos Gre-Nais. Acima de tudo, ele estava celebrando e comemorando também aquela vitória.

Espero que possamos ir adiante e fazer muitos milhões de brasileiros gaúchos e colorados felizes. Viva o Inter neste um século! E que estejamos, daqui a outros 100 anos, novamente guris, cheios de energia. Chegar aos 100 anos com dificuldades não é muito bom, como vimos ocorrer com alguns que já estão com cento e poucos anos. Nós temos de fazer 100 anos com saúde plena, como está o Sport Club Internacional.

Viva o Inter! (Palmas.) Viva o centenário! (Palmas.) Viva os colorados de todo o Brasil e do mundo! (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Vieira da Cunha) – Deputado Beto Albuquerque, V.Exa. lembrou o Pietro, com quem também tive a felicidade de presenciar muitos jogos no Estádio Beira-Rio.

Portanto, em nome do Pietro, quero saudar a jovem torcida colorada, esses adolescentes que inundam de alegria, de motivação e de garra nosso estádio e os estádios dos nossos adversários. Em nome do Pietro, Deputado Beto Albuquerque, saúdo toda a juventude colorada, que também está em festa por ocasião do nosso centenário.