Britto ilumina o bolso dos americanos
- Posted by: Ass. Imprensa
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[10/12/1997]
O leilão que culminou com a venda de duas das distribuidoras da CEEE, a Centro-Oeste e a Norte-Nordeste, foi um negócio excepcional para o governo, mas um péssimo negócio para os consumidores dessa regiões. O governador Antônio Britto resolveu seu problema de caixa. Mas privatização é uma fonte sem vertente. Em breve, o dinheiro desaparecerá e as crises permanecerão, só que o Rio Grande do Sul ficará sem patrimônio.
O ágio de 90% pago é uma prova concreta do excelente negócio feito pelos americanos. Ao mesmo tempo, revela que a empresa foi subavaliada. Na verdade, o governo está a venda. Ainda assim, desafio o chefe do Executivo estadual a provar, publicamente, que os valores do leilão serão aplicados em obras sociais como saúde, educação e na própria agricultura. Não podemos esquecer que os recursos resultantes da venda da CRT foram destinados à GM. Os da CEEE deverão ir para a Ford.
Os empresários das indústrias dessas regiões privatizadas, estão sendo coagidos a assinar contratos que os obriga a manter, pelos próximos três anos, os mesmos patamares de consumo atuais. Isso significa que, se houver diminuição de produção o pagamento serão o mesmo.
A decisão do governo foi unilateral, pois transferiu o monopólio de distribuição para grupos estrangeiros sem consultar o usuário. Porém, não adianta privatizar a distribuição de energia, se os problemas estão concentrados na geração.As empresas que adquiriram a CEEE, não levarão em conta os aspectos sociais, deixarão de atender as populações carentes. Isso, porque a lógica do privado é de retorno rápido do capital investido. No caso das regiões de baixa renda, alto investimento e pouco retorno, seguramente as prefeituras terão que arcar com o papel que o capital privado não se sujeitará. Mas posso garantir que o custo da energia elétrica daqui para frente aumentará muito para o consumidor.