Alternativa à Ponte do Guaíba

Mar 27 2006
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Nos próximos cinco anos, atravessar a ponte móvel do rio Guaíba, principal ligação do Norte e da região Metropolitana com o Sul do Estado, será cada vez mais difícil. Essa tendência será determinada pelo aumento do fluxo de veículos nas BRs 116 e 290 e de navios pelo rio, devido à ampliação do Pólo Petroquímico de Triunfo. A situação vai se agravar ainda mais com a ampliação da Refinaria Alberto Pasqualini, a duplicação da BR 101 e a construção da Rodovia do Parque, além das novas vocações produtivas do Sul do Estado, como o florestamento.

Como secretário estadual dos Transportes, coordenei, entre 2001 e 2002, a elaboração do Plano Integrado de Transporte – PIT, cujo diagnóstico apontou a ponte do Guaíba, inaugurada em 1958, como um dos principais gargalos para o transporte no Estado. O trabalho foi enviado à Assembléia Legislativa, onde até hoje aguarda votação. No último dia 20, apresentamos na Comissão de Infra-Estrutura da Fiergs um projeto técnico de construção de uma nova ponte, com vão fixo e altura de 40 metros, que permitirá a passagem livre de navios. Com 2,5 mil metros de extensão e duas pistas, a ponte ligaria a rua Dona Teodora, no começo da free-way, à BR 116, na direção da região Sul do Estado. O investimento previsto é de R$ 337 milhões. A idéia foi debatida com os diversos setores econômicos, políticos e sociais do Estado.

A obra é absolutamente necessária. Hoje, 10,2 milhões de veículos trafegam no trecho a cada ano. O vão é içado, em média, três vezes por dia, o que tem provocado paralisações de até 15 horas por mês. Além do custo econômico, que chega a R$ 124 milhões, devido à espera dos caminhões durante o içamento. Em três anos de uso, a nova ponte estaria paga.

A obra pode ser executada pela concessionária do trecho, a Concepa, por parceria público-privada ou pelo governo federal. No primeiro caso, sem novas praças de pedágio ou reajuste de tarifa. Uma saída é a ampliação do prazo de concessão. Parte importante do desenvolvimento do Rio Grande do Sul depende da solução desse impasse. Por isso, o momento exige visão estratégica, responsabilidade e ousadia.

Beto Albuquerque, Deputado federal, ex-secretário estadual dos Transportes