Neste dia 7 de agosto de 2007, nos 150 anos de emancipação de Passo Fundo, é inevitável voltar no tempo para lembrar origens e personagens desta trajetória que forjou o mais importante centro urbano do norte do Rio Grande do Sul.
Uma história de bravura que começou antes mesmo da fundação do município com os tropeiros que cruzavam este território em suas andanças entre a longínqua campanha e o centro do país. Pelo rio Passo Fundo, que emprestou o nome à cidade, atravessaram índios, bandeirantes exploradores, povoadores e trabalhadores imigrantes. Parte dessa gente permaneceu nessas coxilhas, dando origem à antiga vila.
É preciso lembrar Joaquim Fagundes dos Reis, o verdadeiro patriarca da cidade, cuja obstinação levou a que, em 1857, a vila tornara-se município, por decisão da Assembléia Legislativa do Estado. À época, com apenas 8 mil habitantes, Passo Fundo possuía um território de 80 mil quilômetros quadrados que, mais tarde, daria origem a outras 107 cidades gaúchas.
A coragem de seus primeiros habitantes inspirou as sucessivas gerações que, cada uma ao seu tempo e modo, contribuíram para o crescimento econômico, os avanços sociais, e, por fim, para a consolidação da cidade como uma referência no Estado e no país, em áreas como pesquisa e desenvolvimento genético, agropecuária e mecanização, literatura e, mais recentemente, produção de biodiesel.
Sua primeira grande força econômica, a agropecuária atraiu investimentos importantes em pesquisa e tecnologia, como demonstram o Centro Nacional de Pesquisas do Trigo – Embrapa, centro da maior bacia leiteira do sul do país, a Universidade de Passo Fundo e empresas especializadas em mecanização agrícola de destaque nacional. Além da agroindústria, a cidade fortaleceu setores como comércio, serviços, atendimento especializado em saúde e educação; e desenvolveu uma diversificada indústria, de alimentos, móveis, embalagens, confecção têxtil e tecnologia.
Como filho desta terra, orgulho-me de participado dessa evolução. Em especial, nos últimos cinco anos, Passo Fundo viveu avanços extraordinários, por exemplo, na educação profissionalizante, inclusão digital, cultura e no setor produtivo industrial e primário.
Projetos que se tornaram realidade como a criação da unidade do Cefet (Centro Federal de Educação Tecnológica), a primeira etapa da informatização das escolas municipais, o apoio à Jornada de Literatura e à Jornadinha, a sanção da lei federal que torna Passo Fundo a Capital Nacional da Literatura, a instalação da maior unidade de produção de biodiesel da América Latina, dentro do Programa Nacional de Biodiesel do governo federal, com geração de empregos na cidade e no campo.
Enfim, são muitos os novos caminhos abertos para Passo Fundo nesses 150 anos. Não há dúvida de que eles são frutos da luta, do trabalho, da competência e da perseverança de cidadãos que, ao longo da história, sempre encararam as dificuldades como estímulo para a superação, que sempre olharam para o futuro com a convicção de que ele está nas suas mãos. E nas de mais ninguém.
Deputado federal, vice-líder do governo na Câmara dos Deputados
