No cenário regional, negociações entre partidos
Dec
24 2009
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Correio do Povo – Porto Alegre, 24/12/2009
A exemplo do que ocorre em todo o país, no Rio Grande do Sul o debate político no ano de 2010 será marcado pelas negociações entre os partidos e pela realização das eleições gerais em outubro, nas quais os eleitores escolherão presidente da República, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. O ano já começa com uma série de articulações em andamento no Estado, que tem no centro três partidos: PT, PMDB e PDT.
A governadora Yeda Crusius (PSDB) já anunciou que irá concorrer à reeleição. Yeda entende que, apesar da forte oposição que precisou enfrentar ao longo deste ano, teve três anos de vitórias, calcadas no programa de déficit zero, que equilibrou as finanças públicas do Estado. Também não acredita que os projetos apresentados à Assembleia Legislativa, neste final de ano, possam atrapalhar o projeto de reeleição. Com a confirmação da disputa para um segundo mandato, Yeda Crusius deverá ter a seu lado o PP, que hoje ocupa postos de destaque no governo, mas o apoio ainda não está garantido.
Por outro lado, tanto o PT como o PMDB disputaram durante todo o 2009 o fechamento de uma aliança formal com o PDT, mas os trabalhistas deixaram para se definir nos primeiros meses deste ano. O PT, que tentou acelerar a definição do processo lançando com antecedência seu candidato, o ministro da Justiça, Tarso Genro, oferece ao PDT, além da vaga de vice na chapa, uma série de secretarias, a incorporação dos programas dos trabalhistas como programas de governo e apoio ao candidato pedetista à prefeitura nas eleições municipais de 2012. A sigla também tenta negociar o apoio do PTB, mas este só definirá em maio se de fato vai manter a candidatura ao governo do Estado do deputado estadual e presidente do diretório no RS, Luis Augusto Lara.
Com ou sem a participação dos trabalhistas na chapa, os petistas do RS terão que aceitar que a ministra- chefe da Casa Civil e candidata pelo partido à sucessão presidencial, Dilma Rousseff, tenha mais de um palanque no Rio Grande do Sul. A aliança nacional com o PMDB – que indicará no mínimo o vice de Dilma – vai permitir que ela divida seu apoio.
O PMDB, por sua vez, apesar de ter anunciado oficialmente seu pré-candidato, o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, pode – mesmo que isso seja pouco provável – vir a realizar mudanças. O partido enfrenta forte disputa interna e José Fogaça condicionou sua candidatura à manutenção da aliança com o PDT – que junto com o PTB formam o núcleo da aliança que o reconduziu à prefeitura da capital gaúcha. Caso o prefeito Fogaça de fato se desincompatibilize, a Prefeitura de Porto Alegre ficará por mais de dois anos sob o comando do vice-prefeito, José Fortunati, do PDT.
Os progressistas estão divididos: enquanto parte do partido acredita ser vantajoso fechar uma aliança com o PSDB no primeiro turno e fazer bancada na Assembleia, outra parte da sigla prefere uma candidatura própria. O PP também é cortejado pelo PMDB e há um grupo que avalia até aliar-se ao PSB caso o deputado federal Beto Albuquerque se lance como o “candidato da terceira via”.
Com ou sem a participação dos trabalhistas na chapa, os petistas do Rio Grande do Sul terão que aceitar que a ministra e candidata, Dilma Rousseff, tenha mais de um palanque no Estado.