A inauguração no último dia 27, da Empresa Pública Ceitec – Centro Nacional de Tecnologia e Eletrônica Avançada –, em Porto Alegre, terá a importante missão de inserir o Brasil no mercado global de semicondutores, desenvolvendo novas tecnologias no setor, além da concessão de licenças ou de direitos de uso de marcas e patentes.
O vice-líder do governo Lula, deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS), que foi relator do projeto de lei de criação do Ceitec, destaca esta, que será a primeira fábrica de chip comercial do Brasil, como o caminho para colocar a capital do Rio Grande do Sul no mapa da tecnologia mundial. O parlamentar lembra ainda que a fábrica poderá atuar na formação de recursos humanos por meio do intercâmbio com universidades e centros de excelência em pesquisa e desenvolvimento.
A Ceitec será a única fábrica da América Latina capaz de desenvolver chips. Atualmente, 45 engenheiros trabalham no Design Center. A partir de julho, a fábrica deverá começar a produzir chips comercialmente. Conforme o novo presidente, Eduard Rudolf Weichselbaumer, a meta é ampliar a capacidade produtiva e expandir para 120 o número de engenheiros trabalhando no centro de desenvolvimento.
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que esteve presente na inauguração da empresa, afirma que no Brasil a vinda de uma fábrica é fácil, “o difícil é construir um centro de excelência capaz de gerar tecnologia própria”, garante. O ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, enfatiza que o objetivo é começar a produzir chips em Porto Alegre até o final deste ano.
O Ceitec deverá atuar em três nichos do mercado mundial de semicondutores. Um deles é a radiofreqüência, com chips para rastrear animais e automóveis. Os outros são a comunicação sem fio e meios de multimídia digital, como a televisão.
Onde fica
Localizado na Estrada João de Oliveira Remião, na Lomba do Pinheiro, o Ceitec é uma parceria entre governos federal e estadual e prefeitura, que destinou a área de 5,5 hectares para a construção do complexo. Especializada no desenvolvimento e produção de circuitos integrados de aplicação específica (ASICs), o centro tem capacidade para produzir chips de alta tecnologia, exercendo papel estratégico para a indústria microeletrônica no país.
