Ato na Câmara dos Deputados marca primeiro ano a Lei Pietro

Dec 16 2009
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[16/12/2009]

“Perdi a batalha para a leucemia, perdi um filho, mas transformei esta dor em energia para ajudar a salvar outras vidas”. Com esta frase o deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS) definiu na tarde desta quarta-feira (16) seu trabalho como parlamentar para aumentar o número de cadastrados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME). Beto é autor da Lei 11.930/2009 – batizada de lei Pietro -, que criou a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea, de 14 a 21 de dezembro, que este ano é realizada pela primeira vez em todo o Brasil de acordo com a lei.

Em ato realizado nesta tarde, com a presença do presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), Beto destacou que o espírito da Lei Pietro – nome dado a lei em homenagem a seu filho Pietro, falecido em fevereiro deste ano em razão de leucemia mielóide aguda – é alertar o poder público e a iniciativa provada sobre a necessidade da doação de medula. “Milhares de brasileiros estão se cadastrando no País esta semana movidos pela solidariedade. Já temos mais de 1,3 milhão de cadastros no REDOME, mas precisamos de mais”, avaliou Beto.

Michel Temer disse que Beto soube transformar o sofrimento da perda de Pietro em uma bandeira que salvará muitas pessoas que precisam de doação de medula. “Cumprimento a todos que, como Beto, se dedicam a salvar vidas. A Câmara se incorpora nesta luta”, afirmou Temer.

Beto destacou que a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea é um gesto pelo Brasil. “Sou muito grato a esta casa porque aqui não me faltou solidariedade de meus colegas para que essa lei fosse aprovada rapidamente e hoje está em vigor para salvar vidas”, afirmou Beto.

Diretor do Centro de Transplante de Medula Óssea do Instituto do Câncer (Inca), o médico Luis Fernando Bouzas disse em Brasília nesta tarde que o REDOME tem cumprido sua função: salvar vidas. O médico destacou que hoje somente 30% dos pacientes conseguem fazer transplante com doação de medula de familiares, por isso a necessidade de aumentar o número de doadores. Maria de Fátima Brito Portela, diretora do Hemocentro de Brasília, destacou que o papel dos hemocentros tem sido de fundamental importância neste processo justamente para atendera aos 70% de pacientes que dependem de doação para sobreviver.

LIÇÃO DE VIDA

 
Um dos momentos mais emocionantes do ato foi o depoimento da jovem Camila Hinsching Fernandes, de 27 anos, que relatou sua vitória sobre a leucemia. Há oito anos Camila fez o transplante com sucesso e hoje se dedica à ONG AMEO – Associação de Medula Óssea. Em sete anos de atuação a AMEO cadastrou 173 mil doadores de medula óssea e estimulou hemocentros de todo o País a implantar este trabalho.

Em sua fala, Camila enfatizou a importância de se buscar um cadastramento de qualidade, que significa recrutar pessoas que tenham o real compromisso de ser doador. Não basta apenas fazer o cadastro, disse ela, é preciso ter o compromisso de, se for chamado, ir até o final do processo, que é a doação da medula óssea para salvar uma vida. “Fico muito feliz de poder estar aqui hoje participando do ato da Semana de Mobilização para Doação de medula que, tenho certeza, abrirá portas para aumentar as doações em nosso país”, disse ela.

Camila costuma dizer que desde quando descobriu a doença, aos 18 anos, e venceu, cada dia e cada momento é um grande acontecimento em sua vida. “Os problemas perderam dimensão porque eu poderia nem estar aqui, mas estou”, ensinou ela.