A vez da hidrovia

Sep 01 2000
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[01/09/2000]

A intenção do Governo do Estado na área dos transportes não é promover apenas a concorrência entre os modais, mas sim a sua integração no mais elevado grau. Rodovias, aeroportos, hidrovias e ferrovias devem estar interligados de modo a cumprir o papel de desenvolvimento ao qual foram constituídos. Esta é uma das principais metas do Governo na área dos transportes, o que torna imprescindível que o setor hidroviário tenha prioridade e atenção especial.

Defendemos a revitalização do modal hidroviário através de iniciativas que precisam de vontade política para serem concretizadas e isso possuímos, afinal, com um cavalo de força são transportados, por água, 4 mil quilos; por trilhos, 500 quilos; e por rodas, 150 quilos. Os investimentos para carregar mil toneladas de carga são de R$ 75 mil por hidrovia; R$ 2,5 milhões por trem; e R$ 3 milhões por rodovia. Para escoar a mesma tonelada, um barco necessita de um empurrador e uma balsa; um trem, de uma locomotiva e um vagão; e um caminhão, de 50 cavalos de força mais 50 reboques. Sendo que a vida útil de um barco é, em média, de 50 anos, contra 30 anos de um trem e 10 anos de um caminhão.

Mas no RS o que se verifica é a supremacia do setor rodoviário sobre os demais, representando 92% da movimentação de cargas. Nossa logística está atrelada e dependente deste modal uma vez que o setor hidroviário responde por 5% do transporte e o ferroviário a 3%. Uma divisão bem menos equilibrada do que no restante do país onde as rodovias atendem a 63,11% do escoamento.

Para reverter um pouco esta realidade, estamos construindo as condições financeiras e tributárias para viabilizar a navegação noturna no trecho POA – Rio Grande a partir do remanejo e substituição das atuais bóias sinalizadoras por faroletes. Isso vai otimizar o tempo de viagem em até 12h – ida e volta – com um custo avaliado em R$ 700 mil. Até o final do governo, o calado e os canais de ligação hidroviária entre os portos da Capital e Rio Grande precisam passar dos atuais 17 para 19 pés com garantia de navegabilidade segura. No caso do porto de Pelotas, ficou provado que o canal de São Gonçalo – de acesso ao porto, possui 14 pés, e não 10 como foi, criminosamente divulgado. Para descobrir-se isto, os recursos alocados foram de apenas R$ 8 mil! E lá, também, até o final do governo, dever-se-á estar operando com 17 pés. Em Porto Alegre, para viabilizar-mos dragagens e outras operações estamos investindo recursos próprios do Tesouro do Estado e da SPH, o que permitiu um aumento de 36,98%, no período de janeiro a maio deste ano, na movimentação de cargas gerais no porto de Porto de POA em relação ao mesmo período do ano passado.

Nosso objetivo é a valorizar e integrar os diferentes modais de transporte – intermodalidade – para alavancar a logística, melhorar e baratear as condições de escoamento da produção no território gaúcho.