A vitória da democracia

Nov 01 2006
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[01/11/2006]

A vitória do presidente Lula para um segundo mandato é a expressão da vontade de mais de 58 milhões de brasileiros, testemunhas de um país que mudou para melhor, especialmente, em favor dos mais pobres.

Infelizmente, por preconceito ou miopia, ainda há quem insista em contestar a realidade. Desde 2003, o Brasil vive um ciclo virtuoso de desenvolvimento econômico e social, com aumento da renda e do consumo. Para surpresa de uma parte da elite econômica e política, o Brasil cresceu, sim, com recorde em distribuição de renda nos últimos 23 anos, conforme a última Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD).

Isso aconteceu, para inconformismo de alguns, sob o comando de Lula, um sobrevivente da miséria do sertão nordestino, torneiro mecânico e sindicalista.

O cenário construído em seu primeiro mandato é inédito na história brasileira, com tantos indicadores econômicos positivos e consistentes. A inflação é a menor desde 1998, a balança comercial e as reservas internacionais atingem recordes, e o risco-país é o menor desde o governo anterior.

Na área social, o Bolsa-Família é exemplo para o mundo. Onze milhões de famílias saíram da miséria absoluta – uma redução de quase 25%, conforme relatório recente da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).

A realidade está aí para quem desejar vê-la. Lamento opiniões como a do ex-ministro Paulo Brossard, do STF, em artigo publicado neste espaço, quando ignora os avanços do atual governo, esquecendo-se de olhar para o passado.

Como estava o Brasil em 2002?

O país vivia um período de desequilíbrio econômico, inflação crescente, vulnerabilidade externa, endividamento público elevado e economia estagnada. Ao assumir, Lula reduziu a inflação e os tributos, incentivou a produção de alimentos e, com isso, barateou a cesta básica. Além disso, o valor real do salário mínimo aumentou em 26%, chegando a R$ 350 (cerca de US$ 165), o suficiente para comprar 2,2 cestas básicas, e não apenas 1,2 como no governo FH.

Os investimentos chegaram, como nunca, também ao Rio Grande do Sul. Por exemplo: o governo expandiu as vagas no ensino técnico e nas universidades, pelo ProUni; anistiou devedores do Creduc; ampliou a energia no campo; iniciou a duplicação da BR-101; restaurou as BRs; e ainda constrói novas usinas de biodiesel e um pólo naval; e retoma a produção termoelétrica.

É preciso avançar muito, ainda, mas é inegável que está assegurada a continuidade do ciclo de crescimento mais duradouro de nossa história. Não apenas para alguns, mas para a maioria do povo brasileiro

*Vice-líder do governo, deputado federal (PSB)