As manobras do governo Britto pelo fim da Caixa

May 10 1997
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[10/05/1997]

 

 

Desde o início da atual administração do Estado, venho denunciando à opinião pública gaúcha o firme propósito do Governo de extinguir a Caixa Econômica Estadual. A primeira manifestação clara dessa intenção, ocorreu nos primeiros dias de 1995, quando em reunião realizada no auditório da autarquia, o Conselho Administrativo da instituição declarou, através de seus presidentes, Ricardo Russowsky, que o governo não tinha interesse na manutenção da Caixa.

Daí em diante, sucederam-se atos revelando a obstinação de cumprimento da meta. Não houve zelo ou reservas no anúncio da falência da Caixa. O objetivo era claro, ou seja: abalar a credibilidade da instituição, tornando a fraca.

Levando a cabo o processo de desmonte, 49 agências foram fechadas, sendo várias delas superavitárias e até pioneiras por estarem situadas em municípios onde não existia outra instituição financeira. Os interesses do povo rio-grandense, que nesses municípios ficaram desassistidos, não foram levados em consideração. A união desses fatos, provocaram uma perda financeira de mais de R$ 40 milhões.

Quando Antônio Britto assumiu o governo, a Caixa detinha 1,06% do saldo de cadernetas de poupanças de todo o País. Após dois anos, detinha apenas, 0,99%. Houve uma redução nos saldos de poupança extremamente significativos. A redução do número de funcionários foi decisiva para diminuir a qualidade e velocidade dos serviços no atendimento a clientes. No interior, foram afastados ou demitidos aproximadamente 592 servidores e no Estado todo 1.186. Essas manobras, aliada a decisão política de obrigar a Caixa a arcar com o ônus dos salários de seus servidores inativos, contribuíram para o fim da instituição.

A direção da Caixa fez de tudo. Chegou ao ponto, de não publicar o Balanço em 1996. Se sujeitou à prevaricação e à irresponsabilidade explícita de uma obrigação legal. Isso gerou multas de cerca de R$ 50 mil, aplicadas pelo Banco Central. Portanto, o desmonte da Caixa é de responsabilidade do governo, que em troca de dinheiro fácil e juros baixos do PROES, se comprometeu com o seu fechamento.

Agora, com a aprovação pelo Plenário da emenda constitucional, extinguindo a autarquia, a promessa do governo é de criar um quadro especial para os funcionários da Caixa. Mas isso não lhes dá garantia de emprego. Tramita no Congresso um projeto prevendo o fim da estabilidade. Só nos resta lutar pela manutenção do BRDE e do Banrisul.