Chega de desrespeito
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[07/07/2009]
*Beto Albuquerque
É inadmissível que entre países onde há tantos anos se luta para fazer do Mercosul uma realidade ainda tenhamos de assistir a extorsão por parte da polícia da Argentina de motoristas brasileiros que trafegam naquele país. Cobrança de propina e multas injustas imputadas aos nossos condutores logo que atravessam a fronteira são registradas diariamente e o que vemos, infelizmente, são policiais rodoviários do país vizinho engordando o orçamento pessoal graças a essa visível e explícita contravenção. É hora de o governo brasileiro, por meio de suas instâncias diplomáticas, tomar as rédeas do problema. O Itamaraty deve se manifestar e fazer um contato oficial com autoridades da Argentina para conter estes abusos.
Não é possível suportar mais atitudes retrógradas como estas que nos remetem ao tempo das cavernas. É preciso atitudes urgentes das autoridades de ambos os países para evitar que ações rasteiras como as cometidas por estes policiais, que deveriam estar nos defendendo, possam representar um entrave para a integração entre Brasil e Argentina.
Precisamos estancar esse abuso, sob pena de vermos, de braços cruzados, setores importantes como o turismo e os negócios serem prejudicados. Os brasileiros não vão querer mais atravessar a fronteira se for para serem vítimas de extorsão. Obviamente irão procurar outros destinos para férias ou negócios.
Além desses deslizes cometidos pela polícia argentina, ainda há questões cruciais para serem ajustadas na área de trânsito. Como presidente da Comissão de Infraestrutura, Transporte, Recursos Energéticos, Agricultura, Pecuária e Pesca do Parlamento do Mercosul estarei levando à discussão já no mês de julho, em Porto Alegre, a necessidade de se harmonizar as legislações dos países membros. Não é possível ainda não termos unificado itens básicos da legislação, como uso de luzes, de capacete e de cinto de segurança, seguro obrigatório, política de combate ao álcool na direção e instrumentos de sinalização, entre outros. O momento de ajustar esses problemas será agora, durante o II Encontro de Segurança no Trânsito do Parlasul, que trará ao Brasil autoridades dos países membros do bloco, além do Chile, Equador e Venezuela.
Preciso destacar ainda a importância que teve a Carta de Uruguaiana, documento oficial que denunciou os abusos cometidos em território argentino. Este documento, recentemente entregue em mãos ao ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, entre outras autoridades do setor, torna claro o descontentamento de um grupo de parlamentares gaúchos, entre os quais me incluo, com o abuso daqueles que recebem salários para nos defender e, no entanto, sob o escudo de serem autoridades acabam nos extorquindo à luz do dia. Como parlamentares, autoridades e principalmente como cidadãos, não podemos mais permitir a perpetuação deste desrespeito.
*Deputado federal (PSB-RS), presidente da Comissão de Infraestrutura, Transporte, Recursos Energéticos, Agricultura, Pecuária e Pesca do Parlamento do Mercosul
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